5 Minutos com

5 Minutos com: Sérgio Esteves, CMO da Loft

Executivo falou sobre o momento atual e a visão de futuro da Loft após breakeven e reposicionamento

Sérgio Esteves, CMO da Loft
Sérgio Esteves, CMO da Loft (Foto: Divulgação/Arte por Startups)

A Loft encerrou 2023 com movimentos importantes para a seguir impactando positivamente o mercado imobiliário por meio da tecnologia. Após um período de reajustes internos, incluindo o enxugamento de 1,2 mil pessoas em cerca de um ano, a proptech alcançou o breakeven e passou a ser lucrativa em apenas cinco anos – tempo recorde entre os unicórnios brasileiros.

A startup também unificou as marcas CredPago, CrediHome e Vista, adquiridas nos últimos três anos, sob o guarda-chuva Loft, e se reposicionou no mercado como uma empresa 100% B2B, com o propósito de impulsionar o sucesso das imobiliárias em todo o Brasil. Em meio a tantas mudanças, a companhia contratou um novo diretor de marketing, com mais de 30 anos de experiência profissional em empresas multinacionais de tecnologia e bens de consumo.

Antes de ingressar na proptech, Sérgio Esteves atuou em organizações como BRF, UOL e Ambev, onde reposicionou a marca Guaraná Antarctica no Brasil e lançou no país o portfólio de cervejas premium como Budweiser, Stella Artois e Corona. Ele também foi VP Global da ZX Venture, grupo de inovação da AB InBev, baseado em Nova York. Atualmente, além de liderar a área de marketing do unicórnio imobiliário, o executivo atua como investidor-anjo e mentor na BR Angels e Poli Angels.

Em um papo de peito aberto com o Startups, Sérgio falou sobre o momento atual e a visão de futuro da Loft, dedicada em facilitar a rotina das imobiliárias com seu conjunto de soluções tecnológicas e financeiras. Ele também falou sobre os maiores desafios e aprendizados desde que assumiu como CMO, em janeiro do ano passado, e as oportunidades que enxerga no mercado como investidor-anjo.

Veja, a seguir, os melhores momentos da conversa:

Recentemente, a Loft alcançou o breakeven e se reposicionou como uma empresa 100% B2B. Como você define o novo momento da companhia?

O reposicionamento, veio junto com o processo de unificação de marcas. A gente trabalhava com quatro marcas diferentes e integramos todas na marca Loft. Dá um pouco de medo no começo, pois as pessoas já conheciam a CredPago, Vista e Credihome. Acho que fizemos um trabalho bacana, pois praticamente não houve ruído entre os clientes. Antes, o cliente tinha que usar o CRM pela Vista, a fiança locatícia pela CredPago e o financiamento imobiliário pela Credihome. Agora, ficou mais fácil, porque é tudo Loft.

A Loft Mais Negócio é como uma grande caixa de ferramentas, que reúne diversas soluções  para jornada de compra, venda e aluguel. Tem tecnologia de finanças, administração, dados, entre outros. Daqui para frente, vejo a Loft consolidando esse posicionamento na cabeça da imobiliária, deixando super claro que estamos aqui para acelerar o negócio dela e crescer cada vez mais. 

Acredito que não haja nenhuma outra empresa posicionada dessa maneira no mercado. O que me deixa muito animado é ver que agora é só ponto positivo, só benefício, porque viramos a chave e já fizemos a parte dura de reposicionamento e união de marcas. Tem muita coisa legal ainda por vir.

Onde a Loft quer chegar?

O mercado imobiliário é enorme e, por natureza, super fragmentado. Não tem como substituir a imobiliária que conhece o bairro ou a cidade perfeitamente, nem o corretor que sabe a dica das escolas e de como fazer o melhor financiamento.

Como é que a gente entra aqui? Bom, a Loft fornece ferramentas para os agentes do mercado imobiliário terem um processo de compra e venda ou de aluguel mais rápido e seguro. A missão da Loft é empoderar as imobiliárias, independentemente do tamanho, para acelerar o negócio dela e servir melhor o cliente. Essa é a nossa visão e para onde estamos caminhando.

Quais têm sido os seus maiores desafios e aprendizados à frente da área de marketing da Loft?

O que me motivou a trabalhar na Loft foi o fato da empresa ter muita clareza de onde queria chegar e o time de alto-executivos serem pessoas excepcionais, o que faz muita diferença. Mas eu não entendia absolutamente nada desse mercado. Tirando os nove anos em que trabalhei no no UOL, que era uma empresa de tecnologia, passei os 20 anos seguintes no mercado de bens de consumo.

O grande aprendizado foi entender como o mercado imobiliário funciona e o impacto que podemos ter na economia local. Me orgulho muito de fazer algo que ajude a empoderar uma imobiliária pequena do interior, para que ela tenha ferramentas do mesmo jeito que uma imobiliária de São Paulo.

E isso reforça o poder de você trabalhar com pessoas excepcionais. Toda vez que tive essa oportunidade, tive uma aceleração tremenda em termos de aprendizado próprio.

Como investidor-anjo, que tipo de startups te atraem?

Minha tese é justamente fundadores excepcionais. Acho importante ter a humildade de não saber tudo – por isso, só faço investimentos por meio de grupos de anjos. Tanto na BR Angels quanto na Poli Angels, estou cercado de pessoas mais inteligentes do que eu, que podem me ajudar a entender, por exemplo, a questão financeira.

O manual do investidor-anjo diz que você precisa definir uma tese. Mas a minha é um pouco mais aberta porque aposto na diversificação. Invisto em empresas de diversos segmentos e, para mim, o fundador é o grande diferencial.

Estar dos dois lados da mesa – startup e investidor – te ajuda a tocar os negócios?

Sim, muito. Isso me ajuda a ter contato com pessoas incríveis. Quando estava na BRF, era comum conversar com uma startup que, independentemente de eu investir ou não, poderia ajudar a resolver um problema da companhia, e colocava os empreendedores em contato com alguém do time interno.

Na Loft, volta e meia entro em contato com empresas do mercado de real estate. Ainda não investi em alguma delas, mas já descobri negócios interessantes que poderiam solucionar algum desafio interno, como a gestão de brindes. Então estar dos dois lados da mesa me ajuda a ver o que está acontecendo no ecossistema de fora para poder trazer as soluções na empresa em que estou trabalhando.

Quem é o Sérgio fora do trabalho?

Adoro colecionar quadrinhos. Leio desde os 16 anos e tenho mais de três mil quadrinhos na minha coleção. Meu fim de semana ideal é assistir ao Globo Rural pela manhã e sentar na minha poltrona – a única coisa de casa que ninguém pode tirar do lugar – e ler meus gibis por algumas horas.

Sou uma pessoa simples. Ler gibi faz diferença para a minha qualidade mental. Considero os quadrinhos arte e gosto de ver os diferentes traços e as visões de mundo. É algo que ajuda a manter minha cabeça azeitada para olhar para alguma coisa com diferentes pontos de vista. Às vezes, é uma cultura que não conheço muito bem, mas posso entender um pouco melhor ao ler um relato com imagens de como é determinada região.

É isso que faço para relaxar, e costumo ler ouvindo música.

Raio X – Sérgio Esteves

Um fim de semana ideal tem… Gibis e Globo Rural

Um livro: “Ideias que Colam”, de Chip Heath e Dan Heath

Uma música ou artista preferido: “The Message” de Grandmaster Flash and the Furious Five

Uma mania: Organizar podcasts, sou muito metódico em relação a isso

Sua melhor qualidade: Energia