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Synapse entra no Brasil para conquistar fintechs com Global Cash

Startup ianque quer atrair fintechs que buscam entregar experiências de serviços financeiros nos EUA a seus clientes

Synapse entra no Brasil para conquistar fintechs com Global Cash

Na semana passada, falamos aqui no Startups sobre o crescimento da Nomad, fintech que oferece aos seus clientes uma solução de banco digital com contas em dólar. Pois bem, a Nomad tem a sua solução utilizando como base a plataforma da norte-americana Synapse, que agora está oficialmente entrando no mercado brasileiro com seu produto Global Cash.

O plano da fintech é expandir sua base de clientes – no caso, outras fintechs – que queiram entregar soluções de serviços financeiros nos EUA, para que clientes brasileiros recebam, transfiram, invistam e mantenham dólares americanos, sem muitos esforços para atender aos mecanismos de conformidade do país. Segundo afirmou o fundador e presidente da empresa, Sankaet Pathak, a meta é promover um modelo de “borderless banking”, e o Brasil será um dos carros-chefe desta proposta.

“Dada a tração de mercado que já vimos no mercado brasileiro, esperamos que até 40% de nossos novos negócios venham de fintechs ou bancos no Brasil nos próximos 12 meses. Esperamos 1 milhão de usuários finais atendidos por nossa plataforma nos próximos 12 meses e 2 milhões até 2024″, afirma o CEO, em entrevista ao Startups. Embora não tenha detalhado os números de faturamento esperado, a expectativa de Sankhaet é encerrar este ano com cerca de 60 novos clientes no Brasil. A meta não parece estar tão distante. Só a Nomad tem 300 mil contas ativas, e pode já cumprir a meta da Synapse, já que tem planos de chegar a 1 milhão de clientes até o final do ano.

Segundo o executivo, a solução chega para aumentar as opções para quem quer mover seu dinheiro internacionalmente – um mercado que antes era restrito a operações de câmbio em bancos ou serviços mais limitados como travel cards, ou no caso de quem compra em sites internacionais, tinham que recorrer a cartões de crédito, com taxas de IOF bem mais altas. No caso da Nomad, que utiliza a rede da Synapse, a taxa de IOF nas transações é de 1,1% – em comparação, uma compra internacional em cartão de crédito tem IOF de 6,38%.

Público-alvo

Para Sankhaet, o Global Cash chega para se conectar com uma geração de profissionais digitais que hoje movimentam seu dinheiro de forma globalizada e precisam de contas em dólar – por exemplo, freelancers que trabalham para empresas nos EUA, ou produtores de conteúdos digitais que recebem em dólar de empresas como YouTube ou TikTok.

É um público que, até então, tinha como alternativa utilizar carteiras digitais como PayPal para fazer suas transações. Contudo, na visão do executivo, o mercado ainda é deficiente de soluções que entreguem uma experiência bancária borderless – uma lacuna que a Synapse pretende preencher com seu serviço.

“Criamos a base para que fintechs incluam experiências mais ricas em cima do Global Cash, trazendo features como investimentos, aplicações de compras digitais e outras”, explica Sankhaet. A Nomad já está utilizando os serviços da Synapse para se movimentar nesta direção. Ela lançou este ano opções de investimentos em fundos, ETFs e cripto, de olho em atrair o dinheiro de quem quer lastrear suas economias no dólar.

Sankaet Pathak, fundador e CEO da Synapse

Na visão do CEO, em mercados como brasileiro e o argentino (onde a Synapse também está investindo para aumentar sua clientela), este perfil de cliente também se tornou uma grande oportunidade. “Em mercados que estão com sua moeda local fragilizada, nosso serviço também se apresenta como uma solução atrativa para quem investe”, avalia.

Um Open Banking global

No mercado desde 2014, a Synapse vem se posicionando como uma plataforma global de Banking as a Service (BaaS), transacionando cerca de US$ 62 bilhões anualmente através de seus clientes. Em 2019 a empresa levantou uma rodada de US$ 33 milhões com o fundo Andreesen Horowitz, expandindo sua atuação para além do mercado norte-americano, onde atende fintechs como a Utoppia, que oferece serviços de conta bancária norte-americana online para usuários em todo o mundo.

O plano de Sankahet é promover uma integração cada vez maior entre serviços financeiros de diferentes países. Antes do Global Cash, não havia uma maneira fácil de implantar produtos financeiros globais; as opções de uma empresa eram construir do zero ou integrar-se a provedores de BaaS em cada país”, avalia.

A proposta de valor da empresa é semelhante ao que o Brasil deseja fazer com o Open Banking, abrindo uma maior comunicação entre diferentes instituições financeiras através do digital – algo que o CEO da Synapse também visa explorar por aqui. “Algo que esperamos fazer dentro de um ano é integrar, de forma simples, a possibilidade de transferência via Pix dentro de nossa plataforma de conta nos EUA”, aponta Sankhaet, dando um exemplo de como seu produto pode atuar.