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Fábrica de Startups se torna Bolder e reformula plano de negócios

Empresa quer se firmar no mercado com o conceito de inovação corporativa custom-made

Quadros Bolder
Bolder. Crédito: divulgação

A Fábrica de Startups nasceu no Rio em 2018, em uma iniciativa de trazer o exemplo de mesmo nome que deu certo em Portugal. Porém, com a mudança de cenário e de sua atuação no mercado brasileiro, a empresa está mudando seu nome: agora a companhia se chama Bolder, baseada em uma proposta de valor reformulada e com planos de expandir nacionalmente.

A mudança, que também significa um rompimento da empresa com a Fabstart portuguesa, representa um novo momento para a consultoria e estúdio de inovação. Com o novo nome e posicionamento, a empresa quer se firmar no mercado nacional de inovação aberta com o conceito de inovação corporativa custom-made.

“O conceito que criamos para a Bolder já era algo que vínhamos trabalhando há algum tempo com as marcas, que virou bem mais do que ajudar empresas a montarem suas startups ou seus programas de inovação. Conversando com clientes, vimos a necessidade de ir além, encontrar novos caminhos para a inovação corporativa”, avalia o CEO Hector Gusmão, em entrevista ao Startups.

Para o executivo, a nova proposta enquanto Bolder é levar o conceito de inovação aberta às marcas como uma estratégia contínua. “Nossa tese é a de construir com os clientes uma jornada de inovação, e não ficar em projetos que são tocados em dois a três meses apenas”, dispara o CEO.

Para chegar neste novo modelo, entra o conceito do custom-made, conforme explica a CMO Ula Amaral. Para isso, a executiva conta que a empresa está repensando sua oferta de produtos, atenta aos processos que podem ser facilmente replicados para ganhar escala nos clientes. “O foco é ter produtos bem definidos e de alto valor, para compor uma jornada de inovação nos clientes. Assim reforçamos o valor das entregas consultivas e somamos uma camada tecnológica para entregar partes como treinamento, por exemplo”, diz Ula ao Startups.

Um exemplo desta diversificação é a criação do pilar chamado Bolder People, focado na formação de profissionais mais conectados com a realidade de inovação aberta. O objetivo? Que eles trabalhem dentro das empresas interessadas em transformar sua cultura de inovação de dentro pra fora. “Provocar o C-level das empresas (para inovar) não é algo fácil e exige um preparo muito grande”, pontua a CMO.

Hector Gusmão (CEO), Ula Amaral (CMO) e Bruno Castello (Diretor de Produto) em nova fase da consultoria corporativa, agora Bolder (Divulgação/Bolder)
Hector Gusmão (CEO), Ula Amaral (CMO) e Bruno Castello (Diretor de Produto) da Bolder (Foto: Divulgação)

Com o novo posicionamento e a reformulação, a empresa tem a expectativa de capacitar mais 40 empresas, com projeção financeira de 50% de crescimento para 2023. Atualmente, a empresa conta com 13 marcas em sua base recorrente de clientes.

A empresa não abre seus resultados de 2021, mas destaca que nos quatro anos de atuação enquanto Fábrica de Startups, contabilizou cerca de R$ 26 milhões em receita, atendendo mais de 40 companhias, incluindo marcas como Ambev, Icatu, Lóreal, Shell e Vale, e capacitando cerca de 4 mil profissionais.

Ecosystem to business

Com a guinada em novas direções, a Bolder quer fortalecer a sua proposta nacionalmente, indo além dos clientes no eixo Rio-São Paulo, que foi o foco da companhia até então. Em 2019, a empresa chegou a abrir um hub de 3,2 mil metros quadrados no Porto Maravilha, no Rio. “Na época, fechamos contratos de longa duração com Shell, Light, entre outros. Foram mais de 30 programas entregues em diversas jornadas de inovação, com mais de 100 executivos e outras 4 mil pessoas nos visitando mensalmente”, lembra Hector.

Porém, entre 2020 e 2022, com a pandemia, a empresa teve que se reinventar uma primeira vez, ainda com seu nome antigo. “Desde então aumentamos a senioridade do time, repensamos produtos, que hoje são mais de 20, inauguramos a (edtech de programadores) 42Rio com 160 alunos”, relata o CEO.

Para a nova fase, já como Bolder, o escritório da empresa foi repensado para ir além do coworking, incluindo uma estrutura para eventos corporativos e gestão de projetos na capital carioca. Com capacidade para 96 pessoas, o espaço conta com o Arena Studios, estrutura audiovisual para acomodar conferências, eventos online ou híbridos, além de salas para reuniões, treinamentos, estúdios para podcast, e espaços para produção de conteúdo.

Um dos planos da companhia é o de aproximar ecossistemas e empresas através de iniciativas coordenadas de inovação aberta. “Já temos algumas conversas com agentes locais, como é o caso do Porto Digital. Queremos muito construir esse senso de comunidade”, explica Ula. Hector completa inclusive brincando com o modelo de negócios da marca: “Estamos no mercado não de B2B, e sim de E2B, ecosystem to business”, pontua.

Olhando para o mercado, a mudança da Bolder chega num momento oportuno, em que diversas empresas grandes (Nestlé e Visa são apenas algumas das quais já falamos aqui no Startups) estão olhando de forma mais carinhosa para a inovação aberta. Hector e Ula estão atentos a isso, e com o reposicionamento querem que a Bolder seja o nome lembrado na hora em que estas companhias buscarem parcerias. “Nosso desafio é estar sempre um passo à frente para ajudar clientes a conduzir suas iniciativas de inovação”, avalia.

“Estamos num momento em que as empresas estão atingindo um grau de maturidade (na inovação aberta). O que a gente vem para provocar é que a inovação se torne algo mais horizontal dentro das companhias, que se firme como um mindset para o negócio”, completa Ula.