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Microsoft demite 10 mil, maior corte em oito anos

Onda de demissões afeta 5% da força de trabalho, e vem no rastro do anúncio de investimento na OpenAI

Microsoft
Crédito: divulgação

A Microsoft está fazendo uma de suas maiores ondas de demissão na história. Segundo divulgou a empresa nesta quarta (18), cerca de 10 mil funcionários estão sendo desligados, uma decisão para reduzir custos e enxugar a companhia em meio ao turbulento cenário econômico mundial, e também para reorganizar sua estrutura interna para linhas de negócio estratégicas.

A empresa não deu detalhes sobre as áreas afetadas, ou quais regiões globais serão afetadas pelos cortes, mas destacou que ela deve continuar contratando em áreas estratégicas.

Segundo reportou o Wall Street Journal, os cortes equivalem a aproximadamente 5% da força de trabalho global da companhia, e vem no rastro de um boom de contratações que a Microsoft iniciou durante a pandemia – foram 75 mil posições abertas entre 2019 e junho de 2022, quando a empresa anunciou uma política austera de contenção de custos, que culminou na mais recente decisão.

A receita anual da Microsoft cresceu 58% em três anos, mas o aumento das taxas de juros e a perspectiva de uma recessão obrigaram a empresa a ter expectativas mais comedidas. No último resultado de trimestre (encerrado em outubro), a companhia registrou seu crescimento mais lento em cinco anos, alertando que resultados inferiores podem ocorrer.

“Esses são os tipos de escolhas difíceis que fizemos ao longo de nossos 47 anos de história para continuar sendo uma empresa importante neste setor que é implacável com quem não se adapta às mudanças de plataforma”, disse Satya Nadella, presidente-executivo da Microsoft, em um comunicado para os colaboradores, no blog da companhia.

Para sustentar a mudança de estratégia e os cortes, a companhia pretende desembolsar cerca de US$ 1,2 bilhão em custos de indenizações, alterações no portfólio de hardware e custos de consolidação de aluguel para criar maior densidade nos espaços de trabalho.

Cortando aqui, investindo lá

O mais recente passaralho da Microsoft é o maior da companhia em oito anos. Em 2014 e 2015, ela cortou cerca de 25 mil empregos, resultado da malfadada compra da Nokia realizada em 2013.

Por outro lado, falando em aquisições, a decisão de demitir vem cerca de uma semana depois da notícia que a empresa de Satya Nadella pretende investir cerca de US$ 10 bilhões em uma participação maior na OpenAI, empresa criadora do badalado software de inteligência artifical ChatGPT.

Além disso, a companhia está passando por complicações junto à órgãos reguladores nos EUA, referentes à aquisição da empresa de games Activision Blizzard, avaliada em US$ 69 bilhões e vista como uma pedra de salvação para sua deficitária operação Xbox.

A decisão da Microsoft segue a de outras big techs que também estão às voltas com a necessidade de enxugar custos. No fim do ano passado a Meta fez o seu movimento, dispensando cerca de 11 mil colaboradores, 13% de sua força global. Rumores de mercado também apontam que a Amazon vai fazer a sua reorganização também, com demissões de até 18 mil pessoas nos próximos dias.