Deeptech

Deeptech brazuca levanta rodada para investir em edição genômica

Aporte foi liderado por Vesper Ventures e Ecoa Capital, fundos focados em negócios com valor social, ambiental e econômico

Paulo Arruda, sócio-fundador e CEO da InEdita Bio
Paulo Arruda, sócio-fundador e CEO da InEdita Bio (Crédito: divulgação)

A InEdita Bio, deeptech catarinense de soluções de edição genômica, acabou de levantar uma rodada seed para acelerar seus esforços. De valor não aberto, o aporte foi liderado pela Vesper Ventures e Ecoa Capital, fundos focados em negócios que gerem valor social, ambiental e econômico.

Com o aporte, a startup tem o plano de acelerar seu programa de P&D para desenvolver características de alto valor econômico e ambiental para grandes culturas agrícolas, como milho, soja e outras. Parte deste plano já foi colocado em ação, com a recente inauguração de novos laboratórios na capital catarinense.

Apesar dos aportes levantados não terem sido divulgados, a companhia segue com sua captação aberta e em negociação com outros fundos nacionais e internacionais. Segundo a empresa, a meta de captação para a rodada seed é de US$ 5 milhões, que serão investidos em uma tecnologia de edição genômica que desenvolva grãos tolerantes a pragas e doenças.

“Temos um time altamente qualificado, o que garante atingirmos metas desafiadoras de obtenção de prova de conceito em ensaios de campo já no final de 2025″, explica Paulo Arruda (foto), sócio-fundador e CEO da InEdita Bio, em comunicado. As primeiras sementes de soja resistente à ferrugem asiática, desenvolvidas pela empresa a partir dessa tecnologia, devem ser testadas em campo na safra 2025/26.

Para quem trabalha no meio agrícola, o problema abordado pela deeptech é uma preocupação bilionária. Segundo informações da própria InEdita Bio, produtores brasileiros gastaram US$ 3 bilhões para controlar apenas a ferrugem asiática na safra 2022/23.

Terras estrangeiras

Apesar de ainda jovem (foi fundada em 2022), a InEdita Bio já tem suas operações distribuídas em dois países. Além do Brasil, a deeptech também tem escritório nos Estados Unidos, pelo qual registrou patentes no United States Patent and Trademark Office (USPTO). A presença em terras ianques também tem a ver com a busca de investidores estrangeiros, mais abertos aos investimentos em deeptechs do que os VCs brasileiros.

“A biotecnologia depende de uma atividade experimental muito grande. E [um cheque de US$ 5 milhões] no mercado americano é considerado pequeno para biotecnologias. Costuma ser maior”, afirmou Arruda, em entrevista ao Globo Rural em setembro passado, quando a empresa estava anunciando a abertura da captação.

Contudo, agora com o dinheiro no bolso, o plano da startup brasileira é ganhar mais proeminência no segmento de edição genômica – e as metas não são modestas. “Pretendemos mudar o cenário da produção global de alimentos, garantindo a preservação da natureza para as futuras gerações, oferecendo produtos com redução do impacto socioeconômico e ambiental dos fertilizantes e pesticidas químicos”, finaliza Paulo.