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Pravaler capta R$ 285M em FIDCs para financiamento estudantil

O objetivo para este ano é aumentar o número de alunos novos em 30%, diz o CFO Haroldo Carvalho em entrevista ao Startups

Haroldo Carvalho, CFO da Pravaler
Haroldo Carvalho, CFO da Pravaler

A edfintech Pravaler concluiu a emissão de R$ 285 milhões em FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), que serão destinados ao financiamento estudantil para os cursos de graduação no primeiro semestre de 2024. A operação foi liderada pelo Itaú BBA. A empresa realiza esse tipo de captação em média a cada seis meses, já que os financiamentos são renovados semestralmente.

O objetivo para este ano é crescer em torno de 30% em número de alunos novos, afirma Haroldo Carvalho, CFO da Pravaler, em entrevista exclusiva ao Startups. E a principal aposta é nos estudantes de Medicina, cuja procura por financiamento subiu 100% em janeiro, na comparação com o mesmo período do ano anterior. As buscas totais tiveram aumento de 56% desde o início de 2024, com relação ao ano passado.

“O número de vagas de Medicina cresceu quatro vezes nos últimos 10 anos e começa a atingir uma faixa da população que precisa do financiamento. Para atender a essa demanda, temos ampliado as parcerias com as universidades de Medicina. Outros cursos de saúde também se destacam entre os mais buscados, como Odontologia”, explica.

Confiança no mercado

A Pravaler tem hoje um portfólio de 500 universidades parceiras, o que corresponde a cerca de 75% das faculdades privadas do país, segundo Haroldo. Entre elas, faculdades de grandes grupos, como Ânima, Cogna, Cruzeiro, Ser Educacional, UNIP e YDUQS.

Além do aumento da procura, outros fatores têm contribuído para elevar o grau de confiança dos investidores nesse mercado de fintechs da educação. O principal deles é a taxa de evasão, que é de 30% na Pravaler, contra 60% na educação superior privada em geral. “A evasão no setor é lamentavelmente elevada. Por volta de 60% dos alunos desistem ao longo da universidade, a maioria no primeiro ano. Mas o financiamento é um grande instrumento para reduzir esse problema. A primeira diferença é que o aluno consegue escolher o curso que ele quer fazer, e não tem que se limitar ao que ele pode pagar. E o outro fator é o financeiro mesmo, porque fica mais viável a mensalidade”, aponta Haroldo.

O CFO da Pravaler destacou o fato de que a operação, feita por meio de leilão de taxa, teve uma oferta de mais de R$ 1 bilhão, e saiu com taxa piso, que é de CDI + 2,10% ao ano. Além disso, 25% dos investidores alocados são de novas casas. “Tem bastante gente querendo entrar, e o fato de termos saído com taxa piso é um sinal que nos deixa confiantes de que estamos indo no caminho certo”, avalia. A Pravaler já repassou mais de R$ 8 bilhões ao setor de educação até o momento, sendo R$ 1 bilhão somente em 2023.