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Food To Save: "não adianta tirar o desperdício do varejo e dar pro consumidor"

CEO Lucas Infante falou sobre polêmica recente da startup, que viralizou com clientes insatisfeitos nas redes sociais

Lucas Infante
Lucas Infante. Foto: Startups

A Food To Save tem motivos para comemorar nos últimos meses. Vindo de uma rodada para bancar seus planos de expansão pelo país, a startup que criou seu modelo de negócios a partir da venda de produtos que marcas e estabelecimentos jogariam fora por estar perto do vencimento, viu seu nome viralizar – mas não de uma forma positiva.

Para quem não viu, um consumidor postou em suas redes sociais um unboxing de um sacola sortida entregue pela startup, que na verdade não era nada sortida: eram várias unidades do mesmo produto (biscoito recheado), todos eles com vencimento para o dia seguinte à entrega.

Apesar do apelo viral, que levou o nome da Food To Save para um público que não conhecia a startup, o video demonstrou uma preocupação que a startup tem que lidar. Segundo Lucas Infante, cofundador e CEO, a missão também é de educar os estabelecimentos que vendem, assim como é importante conscientizar o público para comprar a ideia sustentável da empresa.

“Hoje uma coisa que a gente se preocupa muito é como é que eu faço o playbook, o onboarding desse estabelecimento e treinamento e reciclagem para que a gente evite frustrações. Lá na raiz, aconteceu isso. Não adianta eu resolver o problema do desperdício no varejo e levar para dentro de casa do consumidor”, explica Lucas, em entrevista para o Startups.

Apesar dos comentários negativos, Lucas também falou sobre como a Food To Save usa as redes sociais a seu favor. De acordo com o CEO, 80% da aquisição de clientes da empresa acontece de forma orgânica, com uma comunidade ativa de influencers que fazem unboxing das sacolas surpresa da empresa. Inclusive, o responsável pela postagem viral dos biscoitos recheados é um dos chamados “food savers”.

“Eu acho que o nosso ponto é estar disposto a aprender com essas experiências e resolver. Mas volto a dizer, é desafiador”, destacou Lucas.

Expansão geográfica

Na visão de Lucas, questões inesperadas como a sacola nada sortida são percalços que acompanham o crescimento. Nos últimos meses, a companhia ampliou sua rede de estabelecimentos para mais de 6 mil, assim como também entrou em novos mercados, geograficamente falando.

“Chegamos no sul e no centro-oeste, como Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre, agora no último trimestre. No centro-oeste a estava somente em Brasília, mas agora estamos em Goiânia, Campo Grande, Cuiabá. A ideia é que a gente cubra as principais capitais até o fim do ano, chegando a 15 capitais”, revela.

Atualmente a startup está em oito capitais e 53 municípios, mas agora tem grana no caixa. O investimento na expansão é reflexo da rodada seed de R$ 14 milhões que a empresa recebeu em outubro do ano passado, liderada pela DSK Capital e acompanhada de Spectra e HiPartners.

“A gente pretende triplicar de tamanho, fizemos uma captação recente e trouxemos investidores estratégicos para o modelo, que já vem do mercado de food service, que vem do mercado de retail para endossar ainda mais nossa tese”, finaliza Lucas.

Confira abaixo a entrevista completa com Lucas Infante, gravada durante o Web Summit Rio.