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Conheça Frank McCourt, o cara que quer comprar o TikTok

Bilionário que fez fortuna com o mercado imobiliário e a venda do time LA Dodgers agora milita por uma "internet melhor"

Frank H. McCourt, Jr. Foto: Divulgação
Frank H. McCourt, Jr. Foto: Divulgação

Um bilionário americano com apetite por times esportivos pode ser o novo dono do TikTok nos Estados Unidos. Ex-proprietário do time de beisebol Los Angeles Dodgers, Frank McCourt, que tem uma fortuna avaliada em US$ 1,4 bilhão, segundo a Forbes, disse na semana passada que está formando um consórcio para adquirir a rede social no país, com investimentos do banco Guggenheim Securities e consultoria do escritório de advocacia Kirkland & Ellis.

A manifestação de interesse de Frank pelo TikTok vem cerca de um mês depois que o presidente americano Joe Biden sancionou uma lei que pode proibir a rede social no país. Segundo a legislação, a única forma de o aplicativo não ser banido dos EUA é se ele for vendido pela controladora chinesa ByteDance a uma empresa norte-americana no prazo de até 270 dias.

Mas, afinal, quem é Frank McCourt e por que ele quer comprar o TikTok? O bilionário, que vem de uma família com negócios no ramo da construção civil, fez sua fortuna investindo no mercado imobiliário, esportes, tecnologia e mídia, através de sua empresa, a McCourt Global. Em 2004, comprou o LA Dodgers e vendeu o time por US$ 2,2 bilhões em 2012. Quatro anos depois, em 2016, comprou o time de futebol francês Marseille, por € 45 milhões.

Apesar de dizer que, pessoalmente, não usa o TikTok, Frank tem demonstrado interesse no papel da tecnologia nas transformações sociais. No site do Project Liberty, criado pelo bilionário para trabalhar por uma “internet melhor”, o empresário diz que a aquisição tem como objetivo “colocar pessoas e empoderamento por dados no centro do design e do propósito da plataforma”.

“Aprimorar” o TikTok

Caso a venda seja concluída, Frank quer aprimorar o TikTok para permitir que as pessoas “recuperem o poder de ação sobre suas identidades e dados digitais”, e propõe a migração da plataforma para o modelo open source.

“Ao reunir importantes acadêmicos, tecnólogos, cientistas comportamentais, psicólogos e especialistas econômicos com parceiros comunitários, pais e cidadãos, acreditamos que podemos preservar – e melhorar – a experiência TikTok, dando aos indivíduos e criadores na plataforma o valor e o controle que merecem em relação a quem tem acesso aos seus dados e como eles são usados”, diz o empresário, em comunicado publicado na página do Project Liberty.

Fundado através de um investimento de US$ 500 milhões de Frank McCourt, o Project Liberty é parte de uma organização global sem fins lucrativos com uma rede de colaboradores que inclui parceiros acadêmicos como a Georgetown University, Stanford University e Sciences Po, além de 90 organizações civis. Suas atividades incluem a criação de um Protocolo de Rede Social Descentralizada (DSNP) de código aberto.

Até o momento, a visão de Frank para o TikTok recebeu o apoio de Jonathan Haidt, autor do livro “The Anxious Generation”, que argumenta como os smartphones e as redes sociais contribuíram para uma crise de saúde mental entre os jovens. Em entrevista à Associated Press, ele disse que esta é uma “oportunidade realmente fantástica para acelerar a criação de uma internet alternativa”.

A controladora chinesa da rede social, porém, não parece disposta a aceitar a venda do TikTok para uma empresa americana. Na semana passada, o TikTok e a ByteDance entraram com uma ação contestando a lei sancionada por Biden, e alegando que o texto é um “ataque sem precedentes à liberdade de expressão”.

Em seu processo, a ByteDance afirma que a nova legislação passa uma imagem de que o TikTok seria uma ameaça à segurança nacional, a fim de contornar a Primeira Emenda, apesar de não haver evidências de que a empresa de fato represente uma ameaça. Também afirma que a lei é tão “obviamente inconstitucional” que seus apoiadores estão tratando do assunto como uma espécie de regulação da propriedade do TikTok.