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O Koo fechou: rede social indiana anuncia fim das operações

Empresa que tentou concorrer com o X estaria com dificuldades financeiras e não conseguiu fechar parcerias para se manter em pé

Koo
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A rede social indiana Koo, que há algum tempo vinha tentando se lançar como concorrente do X, anunciou nesta quarta-feira (03) que está encerrando suas atividades. O motivo seriam dificuldades financeiras, que se tornaram incontornáveis após o fracasso na venda da empresa para a startup Dailyhunt, segundo informações do TechCrunch.

No Brasil, o Koo quase fez sucesso no fim de 2022, quando usuários começaram a buscar alternativas ao X, que ainda era Twitter nessa época, insatisfeitos com as decisões de Elon Musk na plataforma e até mesmo rumores de que a rede social poderia acabar. Parte do interesse pelo Koo estava relacionado com o nome da rede social indiana, que em português ganha um duplo sentido – alô, quinta série.

No início da tarde desta quarta-feira, o Koo Brazil fez uma despedida emocionada nas redes sociais.

Em carta publicada pelo CEO do Koo, Aprameya Radhakrishna, em seu perfil no LinkedIn, o executivo afirma que tentou parcerias com diversas empresas de tecnologia, conglomerados e grupos de mídia, mas as conversas não chegaram ao resultado esperado. Segundo ele, essas companhias não tinham interesse em lidar com uma empresa de conteúdos gerados por usuários e com a natureza de uma companhia que consiste em uma rede social.

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Em fevereiro, o TechCrunch havia informado que o Koo estava se envolvendo com a Dailyhunt, uma startup de mídia na internet avaliada em US$ 5 bilhões, para uma potencial venda. Mas, de acordo com o comunicado emitido pelos fundadores, essa operação não se concretizou.

“Aqui está a última atualização sobre o nosso fim. Nossas conversas sobre parcerias fracassou e iremos descontinuar nosso serviço ao público”, diz o comunicado, que lamenta o fim da companhia. “A Koo foi construída com muito coração. Nós vimos um gap entre os idiomas falados no mundo e o fato de que a maioria das redes sociais, incluindo o Twitter/X na Índia tem dominância da língua inglesa. A maior parte dos produtos globais são dominados por americanos. Nós achamos que a Índia deveria ter um lugar à mesa”, acrescenta Aprameya.

O CEO afirma que o Koo esteve próximo de alcançar o Twitter/X na Índia em 2022, mas que um período de inverno nos investimentos fez com que a empresa tivesse que desacelerar e adiar seus planos de crescimento. Segundo ele, seria preciso ter cinco a seis anos de capital “agressivo, paciente e de longo prazo” para transformar esse sonho em realidade.

“O Koo poderia ter ganhado escala internacional e ter dado à Índia uma marca global que foi verdadeiramente feita na Índia. Esse sonho irá continuar”, diz a carta assinada pelos fundadores.