Logística

Com foco no BR, chilena Drivin mira US$ 10M de receita global em 2024

Brasil será 10% do faturamento global da scale-up em 2024 e deve se tornar o seu principal mercado nos próximos anos

Alvaro Loyola Arancibia, country manager da Drivin no Brasil
Alvaro Loyola Arancibia, country manager da Drivin no Brasil (Foto: Divulgação)

Fundada no Chile em 2014, a Drivin tem crescido de forma exponencial no mercado brasileiro desde a sua chegada ao país, há quatro anos. Com um avanço de 40% a nível nacional, a companhia faturou US$ 500 mil em 2023 e projeta dobrar o valor atingido em 2024, chegando a US$ 1 milhão. Com isso, o mercado brasileiro passa a representar 10% do faturamento global da scale-up, que atua em mais de 20 países como Peru, México, Colômbia, Equador e Canadá, além do Chile e Brasil.

“O crescimento da Drivin nestes quatro anos atuando no Brasil é mais acelerado do que o que tivemos nos outros períodos. É a maior oportunidade, por ser o mercado mais importante na América Latina”, afirma Alvaro Loyola, country manager da Drivin no Brasil, em entrevista ao Startups. Segundo o executivo, o grande desafio da empresa no mercado brasileiro é trabalhar em um país de dimensões continentais. “Apesar da presença nacional, estruturamos a operação em unidades de negócio. De um lado, o embarcador – neste caso, grandes marcas que enviam seus produtos para o mercado – e o transportador, ou seja, o intermediário que faz o transporte das mercadorias. E eles têm dores diferentes”, acrescenta.

A scale-up utiliza tecnologia para otimizar os processos logísticos de grandes players líderes de mercado em diversos segmentos, com destaque aos Bens de Consumo. Atualmente, a carteira de clientes da Drivin inclui mais de 500 empresas, entre elas, Mondelēz, Grupo Tigre, Whirlpool, Milano, Burger King e Ceratti. Por meio de sua plataforma de planejamento de rotas, rastreamento de entregas e controle de veículos de frotas líder no mercado, a scale-up visa mudar a forma como a logística de despacho e coleta é feita em grandes empresas ao redor do mundo, e hoje otimiza e monitora mais de 40 mil veículos diários.

Embora o Chile ainda represente boa parte do faturamento global da Drivin, a expectativa, segundo Alvaro, é que o Brasil e o México desbanquem o país-natal e se tornem os mercados mais importantes para a empresa nos próximos anos. “Somos uma empresa chilena com foco 100% no Brasil e no México, que são os maiores mercados da região”, afirma o country manager. 

Alvaro Loyola, country manager da Drivin no Brasil
Alvaro Loyola, country manager da Drivin no Brasil (Foto: Divulgação)

Crescimento sustentável

A Drivin recebeu a sua última rodada de investimentos em 2016 e, desde então, cresce com recursos próprios. “Toda a liderança da Drivin vem da indústria de Bens de Consumo, com experiência em multinacionais de diferentes segmentos. Enquanto muitas startups focam no valuation, a gente foca na receita”, destaca Alvaro, acrescentando que a companhia é rentável desde o próprio ano de 2016.

A expansão da empresa no último ano foi motivada por dois grandes fatores: a mudança de comportamento do consumidor e uma maior adoção de tecnologia por parte das empresas. “As organizações deixaram de ver a tecnologia como ameaça e passaram a enxergá-la como um complemento necessário para se manterem competitivas. O mercado está normalizando o uso de inteligência artificial, machine learning e outras ferramentas para auxiliar nos processos. Na outra ponta, o consumidor se acostumou com o imediatismo e a oportunidade de comprar sem sair de casa, e está exigindo informações em tempo real da localização de seu produto e do prazo de entrega”, explica Alvaro.

No Brasil, um dos principais clientes da Drivin é a Centauro, maior rede de lojas de produtos esportivos da América Latina. Escolhida para as operações de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG), a Drivin processou entre 4.500 a 5.000 pedidos por dia, resultando em uma média de 65 a 70 pedidos por veículo. Com exclusividade para o Startups, as empresas revelaram que a parceria envolveu a análise minuciosa de oito possíveis fornecedores, com escolha pela Drivin pela facilidade na roteirização e otimização de rotas, visibilidade em tempo real e flexibilidade e suporte do time de Customer Success.

Alvaro observa que, além do potencial de otimização dos serviços, a adoção da tecnologia tem aumentado entre as grandes empresas por conta da preocupação ambiental.  “A tecnologia permite que o processo logístico seja mais eficiente, evitando que caminhões vazios estejam na rua e planejando as melhores rotas para não emitir gases poluentes sem necessidade”, pontua.

Para aumentar a conscientização dos clientes, a Drivin, em parceria com a Carboneutral, disponibilizou um dashboard gratuito capaz de medir, controlar e compensar  a pegada de carbono de mais de 500 empresas de logística da América Latina. A ferramenta permite que as empresas facilmente as emissões totais de gases de efeito estufa emitidas em suas operações, a distância percorrida e as toneladas transportadas por cada veículo, além de compensarem suas respectivas emissões ao adquirir créditos de carbono de projetos certificados como VCS, Gold Standard, ACR, MDL, entre outros.

Recentemente, a scale-up recebeu a certificação internacional ISO 27001, que valida os altos padrões na gestão da segurança da informação implementados pela companhia. A Drivin afirma estar comprometida com a proteção de dados de clientes, parceiros e da própria empresa, implementando práticas robustas de segurança para garantir a confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações gerenciadas.

“Outra questão importante para fomentar o uso da tecnologia no setor é a educação. Estamos em contato com faculdades para incluir uma matéria sobre otimização logística na grade curricular, levando conhecimento mais para jovens estudantes”, conta o executivo. O projeto já foi aprovado por algumas universidades no Chile e tem conversas avançadas com instituições de ensino superior no Brasil.