Healthtechs

Essa healthtech quer ser a "Theranos que deu certo"

A BetterWay, nascida de um spinoff da Siemens, acabou de lançar sua tecnologia de exames de sangue em Austin, no Texas

Exame BetterWay
Exame BetterWay. Foto: divulgação

Desde a implosão da Theranos, que inclusive rendeu cadeia para a fundadora Elizabeth Holmes – passou a ver com grande desconfiança qualquer startups com ideias revolucionárias para o segmento de exames laboratoriais. Entretanto, a startup norte-americana BetterWay quer mudar o jogo, e acabou de lançar no mercado a sua solução.

Desenvolvida por dois ex-pesquisadores da Siemens Healthineers, e bancada com um investimento da própria Siemens, a empresa Babson Diagnostics criou a BetterWay, tecnologia que é capaz de entregar diagnósticos laboratoriais a partir de pequenas amostras de sangue do paciente, sem a necessidade de seringas ou muitos materiais de coleta como acontece em laboratórios..

“Começamos a Babson com uma ideia simples: criar testes de sangue que focassem no elemento mais importante, o cliente”, disse Eric Olson, fundador e diretor de operações.

É uma proposta semelhante ao que a Theranos ofereceu há uma década atrás, entregando uma solução que pode ser facilmente implementada em farmácias e outros estabelecimentos de varejo. Inclusive, para fazer os primeiros testes públicos de sua tecnologia, a BetterWay lançou em julho pontos físicos em Austin, em farmácias como H-E-B Pharmacy, Peoples Rx, e Lake Hills Pharmacy.

Por outro lado, enquanto a Theranos prometeu (e não cumpriu), uma tecnologia em que bastava colocar uma amostra de sangue dentro de uma máquina para sair o resultado do exame, o modelo da BetterWay é um tanto mais convencional: ela utiliza uma equipe de profissionais em cada ponto para coletas as amostras, operar a tecnologia automatizada para prepará-las e armazená-las.

Os entregadores transportam as amostras para o laboratório certificado da companhia em Austin, e os resultados dos testes – que segundo a Babson, são “clinicamente precisos e fáceis de entender” – ficam disponíveis em um ou dois dias.

“Isso não é Theranos”, disse Olson. “Não estamos tentando minimizar o laboratório. Estamos descentralizando a coleta e levando-a de volta ao laboratório”, disse o CEO Eric Olson para o Wall Street Journal.

Segundo o CEO, muitos disseram que o que a Babson está fazendo não poderia ser feito, mas segundo ele, o ceticismo do mercado depois do fiasco da Theranos foi o que trouxe um maior senso de responsabilidade para as healthtechs – e melhores tecnologias. Aliás, o BetterWay passou pelo escrutínio da Food and Drug Administration (FDA) para chegar às lojas.

“Eu acho que o ceticismo é super saudável e é disso que precisamos em diagnósticos porque é uma indústria onde tem havido muita frustração do tipo: “Não podemos fazer melhor do que isso?” Todos nós sentimos, na indústria de diagnósticos, que tem que haver uma maneira melhor em algum lugar. Sabemos que haverá muitos passos entre aqui e ali e vimos muitas pessoas tentarem pular etapas e isso simplesmente não dar em nada, acabar sendo falso ou fazer concessões que não são concessões razoáveis de se fazer”, afirmou Eric em um post no blog da sua empresa.

Com o andamento dos primeiros pontos de atendimento, a Babson planeja fazer parcerias com clínicas e farmácias adicionais nos próximos meses, levaando a BetterWay para mais pontos de varejo em Austin e San Antonio (também no Texas) até o final do ano.