Deeptech

Cellva ingredients capta R$ 8,5M e mira internacionalização

Deeptech utiliza biodiversidade brasileira para desenvolver gorduras e microcápsulas para a indústria alimentícia

Sérgio Pinto e Bibiana Matte, fundadores da Cellva
Sérgio Pinto e Bibiana Matte, fundadores da Cellva (Foto: Divulgação)

A cellva ingredients, startup dedicada à produção e ao desenvolvimento de bioingredientes nutracêuticos e alimentares, acaba de receber um investimento de R$ 8,5 milhões. O aporte foi feito pelos fundos Proveg, Rumbo Ventures, AirCapital, Fundepar e EA Angels, além de 151 investidores da plataforma Captable.

Fundada como uma empresa de ingredientes B2B, a cellva aposta na utilização da biodiversidade brasileira para desenvolver gorduras e microcápsulas inovadoras para a indústria alimentícia. Com tecnologia patenteada, a deeptech se destaca pela produção de gordura suína em laboratório e microencapsulamento de nutrientes, promovendo soluções mais saudáveis e sustentáveis para o mercado global.

A gordura suína cultivada pela cellva pode ser utilizada em uma variedade de itens alimentícios, incluindo margarinas, embutidos, confeitaria e produtos de panificação, gerando alimentos com perfil nutricional aprimorado, sem os impactos ambientais negativos associados à criação intensiva de suínos. A startup também desenvolve microcarreadores para aplicações farmacêuticas, microcápsulas para proteção de ingredientes nobres e redução de gorduras, além de ácidos graxos essenciais derivados de gordura cultivada, que eliminam a necessidade de abate animal e reduz os impactos ambientais.

Planos de crescimento

Com os recursos da captação, a cellva espera ampliar sua infraestrutura e capacidade de produção, contratar talentos especializados e internacionalizar suas operações. “Este aporte é um passo fundamental para transformar a indústria alimentícia, oferecendo alternativas mais saudáveis e sustentáveis. Nossa missão é atender à crescente demanda por nutrição e qualidade”, afirma Sérgio Pinto, CEO da cellva, em nota.

A expectativa da empresa é produzir 10 toneladas por mês até o início de 2026 para ajudar a atender à demanda global por alternativas alimentícias sustentáveis. A startup está investindo em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar suas tecnologias de microcarregadores e microesferas, visando novas aplicações em setores como farmacêutico e cosmético.

Como parte da expansão internacional, a cellva planeja atuar em regiões com alta demanda por soluções sustentáveis, consolidando sua posição no mercado global. Sem revelar nomes, a startup afirma já ter parcerias preliminares com grandes empresas de ingredientes alimentícios, que serão essenciais para alcançar mercados como os Estados Unidos.

“Na cellva, acreditamos que o futuro da nutrição está em soluções inovadoras e acessíveis. Estamos na vanguarda dessa transformação, desenvolvendo tecnologias que reduzem custos e aumentam a eficiência na produção de alimentos, sem comprometer o planeta”, diz Bibiana Matte, CSO e cofundadora da cellva.

Paulo Deitos, cofundador e CEO da Captable, considera a startup um player da vanguarda da inovação alimentar. “A Captable se orgulha de ter sido a plataforma escolhida para oferecer acesso a investidores individuais, permitindo que eles investissem ao lado de grandes fundos de Venture Capital, tanto internacionais quanto nacionais”, destaca.