A Nexpon, braço de investimentos da NSC, afiliada da Rede Globo em Santa Catarina, já investiu em três empresas este ano – mas tem apetite por mais. Em entrevista exclusiva ao Startups, Bruno Watté, diretor geral do fundo, conta que ainda há espaço para “mais um ou dois” investimentos até o fim de 2024.
Criada em 2020, a Nexpon atua no modelo de media for equity. Ou seja, troca espaços publicitários por participação acionária nas empresas. No Brasil, o modelo surgiu em 2019, com a Globo Ventures.
“A gente olhou para o case da Globo com a Stone (o fundo investiu na empresa de maquininhas em agosto de 2019) e no segundo semestre de 2019 começamos a nos estruturar. Assinamos o primeiro deal já no primeiro semestre de 2020″, conta Bruno.
Hoje, a Nexpon tem um portfólio de oito empresas, com um total investido de R$ 25 milhões. Este ano, o fundo investiu na AHOY!, uma plataforma para profissionais de limpeza, no Delivery Much, e mais recentemente na Warren, em um co-investimento com a RBS Ventures, do Rio Grande do Sul.
Apesar de não investir apenas em startups, Bruno conta que o critério central para a escolha são empresas com potencial de crescimento elevado, o que faz com que as startups “se encaixem muito bem”.
O investimento é feito com cheques de cerca de R$ 1 milhão, podendo chegar a R$ 10 milhões, em alguns casos. “Só que o recurso é carimbado, a empresa tem o compromisso de usar na NSC Comunicação como tempo de mídia”, explica o executivo.
Notícias Relacionadas
Natura Ventures fará 1º investimento ainda este ano
Fundo foi lançado em junho, com capital de R$ 50 milhões para três anos. Impacto será um dos critérios para escolha das investidas
Dealflow
Ahead Ventures: "Sem conexão, encantamento não dura"
Gestora deve anunciar um novo fundo multi corporate até o fim deste ano, conta Eduardo Sperling, managing director da Ahead Ventures
Mas, afinal, quando faz sentido optar por um modelo de media for equity? O ideal é que a empresa esteja em um momento em que o espaço publicitário faça diferença no seu crescimento e ganho de escala.
Para Bruno, empresas B2C são “naturalmente mais aderentes”, já que o público-alvo são consumidores pessoa física. “Startups maiores, com um departamento de marketing mais estruturado, conseguem extrair mais valor dessa relação”, acrescenta.
Além disso, o executivo destaca que, como a rede de televisão atua em Santa Catarina, as investidas são empresas que tenham o mercado catarinense como alvo.
“Mas também temos feito coinvestimentos para abranger outros mercados”, diz.
A Nexpon realizou seu primeiro exit recentemente, com a BuscaOnibus, plataforma de planejamento de viagens na qual o fundo investiu em 2021. A startup foi vendida para um grande grupo do setor em setembro deste ano.
“Foi um exit relativamente rápido, e acredito que sinaliza a maturidade desse modelo de investimento. Temos percebido um crescimento na receptividade das empresas. Quando a gente começou, era difícil. Mas o mercado foi crescendo, foram surgindo outras gestoras de media for equity e todas estão fazendo bons deals”, avalia Bruno Watté, diretor geral da Nexpon.
