Fintech

Conta Azul mira alta de 150% com serviços financeiros para 2025

A fintech de ERP recebeu nesta semana uma autorização do Banco Central para atuar como Instituição de Pagamento (IP)

Vinicius Roveda, co-fundador e CEO da Conta Azul. Foto: Divulgação
Vinicius Roveda, co-fundador e CEO da Conta Azul. Foto: Divulgação

A fintech Conta Azul, que oferece um ERP (Sistema de Gestão Financeira) em nuvem para cerca de 100 mil pequenas e médias empresas em todo o Brasil, recebeu nesta semana autorização do Banco Central para atuar como Instituição de Pagamento (IP). Com a licença, a empresa planeja expandir a oferta de crédito para seus clientes e projeta um crescimento de 150% na receita com serviços financeiros para o ano que vem.

Em entrevista ao Startups, Vinicius Roveda, CEO da Conta Azul, diz que hoje cerca de 20% dos clientes da fintech contrataram algum serviço financeiro oferecido pela empresa. Ainda assim, a receita prevista para este ano com essa área deve crescer mais de 80%.

“Já começamos a fazer ensaios de crédito com um grupo pequeno de clientes, para antecipação de recebíveis. Mas sem a licença do Banco Central a gente acabava tendo que usar intermediários. Agora, tudo que a gente está fazendo será potencializado. Nos preparamos para que assim que a licença saísse a gente passasse a conectar direto com o BC, sem intermediários, o que vai nos permitir ampliar a oferta de crédito para todos os nossos 100 mil clientes”, afirma o CEO.

Fundada em 2012 por João Zaratine, José Sardagna e Vinicius Roveda, a Conta Azul estima crescer 40% este ano, na comparação com 2023, e projeta alcançar um faturamento de R$ 500 milhões em 2026. A principal fonte de receita continua sendo o software, mas segundo Vinicius, o crédito tem se tornado cada vez mais relevante.

O executivo destaca que o processo de obtenção da licença junto ao Banco Central foi longo, mas que vai ajudar a empresa a alcançar essa meta de crescimento para os próximos anos. “O BC está cada vez mais rigoroso, e a gente se preparou muito, principalmente com relação à governança. Para nós, é um grande marco”, comemora.

Um dos objetivos da Conta Azul com a oferta de crédito dentro de casa é a possibilidade de democratizar o acesso a esses produtos por parte das pequenas e médias empresas. A ideia é que, com o ERP, a fintech consiga obter o histórico dos seus clientes e fazer uma análise de risco mais assertiva, com informações sobre a saúde financeira dessas empresas que outras instituições bancárias não possuem.

“Para os clientes, é conveniente porque eles conseguem ter o crédito aprovado no ERP, com dinheiro na conta em menos de um minuto. Estamos falando de empresas que normalmente têm dificuldades de conseguir crédito no mercado porque possuem um score baixo, e agora terão acesso a taxas justas”, afirma Vinicius.

A Conta Azul oferece um sistema ERP para pequenas e médias empresas que permite automatizar rotinas financeiras como registro das vendas, envio de cobranças e notas fiscais a clientes, compras de fornecedores e o pagamento de despesas. A empresa recentemente alcançou R$ 17 bilhões de TPV (volume total de transações) e R$ 80 bilhões em notas fiscais emitidas.