Para aumentar a sua presença no mercado de wellness no país, a Wellhub está fazendo uma aposta diferente: investir no crescimento de seus parceiros. Para isso, a companhia está criando uma divisão de serviços financeiros, com o plano de disponibilizar crédito para estúdios e academias.
Para bancar esse “lado fintech”, chamado Soluções Financeiras by Wellhub, ela montou um fundo de R$ 100 milhões, com parte dos fundos oriundos da própria companhia e a outra parte do fundo Galapagos Capital. A QI Tech ficou responsável pela administração e custódia do fundo, e na ponta da tomada de crédito, a OpenCo fornecerá a plataforma.
Em conversa com o Startups, Daniel Mazini, vice-presidente executivo de Parcerias e Novos Negócios do Wellhub, não deu números sobre quantos estabelecimentos devem ser impactados pelo fundo, mas o plano da companhia é impactar principalmente estabelecimentos menores e com apenas uma unidade, que representam a maior parte da rede atendida pelo app e tem dificuldades no acesso a crédito.
“90% dos nossos parceiros são pequenos estabelecimentos, e 51% desta base aponta a falta de crédito para expansão ou compra de equipamentos um dos principais obstáculos para crescerem”, explica Daniel. De acordo com o executivo, a expectativa é em até 18 meses utilizar o montante total do fundo, com financiamentos de 12 a 24 parcelas com dois meses de carência.
“Por usar os recebíveis do Wellhub como garantia, conseguimos fazer o processo de forma mais ágil, com aprovações rápidas e condições justas, baseados nos dados da nossa plataforma, algo que não é possível quando se busca uma linha de crédito tradicional”, completa o executivo.
Mais do que crédito
Atualmente, a Wellhub já conta 26 mil clientes corporativos e mais de 20 milhões de colaboradores com acesso à plataforma, mas segundo Daniel, há muito espaço para aumentar a penetração no mercado local.
De acordo com o executivo, o Brasil ainda tem muito a crescer comparado ao mercado norte-americano, em que 25% dos habitantes utilizam academias, ou da Europa, onde o percentual está na casa dos 20%. O Brasil tem 5%.
“A gente vê uma expansão grande que pode ser feita aí, mas o que segura isso? Mais disponibilidade de academias”, afirma Daniel, apontando o crédito como uma forma de ajudar estabelecimentos a alcançar mais pessoas e criando uma maior base que pode consumir o Wellhub.
Segundo dados da própria plataforma, 83% dos estabelecimentos parceiros tem planos de abrir novas unidades e 66% deles estimam investimentos de mais de US$ 25 mil para comprar novos equipamentos. Para Daniel Mazini, a nova divisão tem o papel de colocar o Wellhub como um parceiro neste plano, indo inclusive além da mera concessão de crédito.
“A gente tem uma troca com diversos parceiros, ajudando com dados para indicar boas opções para expandir, com locais com demanda para a abertura de novas unidades, e muitos falam ‘ótimo, mas preciso de dinheiro para fazer isso’. No fim, tudo isso se conecta com o produto que estamos lançando”, destaca.