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Presença feminina recua na Forbes 400 e expõe barreiras

Pela primeira vez desde 2019, o número de mulheres caiu, passando de 67 para 62, mostrando que acesso feminino à riqueza continua restrito

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Maior representatividade ocorre em meio a um mercado difícil para captação de recursos e um retrocesso nas iniciativas corporativas de diversidade, equidade e inclusão | Foto: Canva
Mulheres | Foto: Canva

*Por Eduarda Camargo, Chief Growth Officer (CGO) da Portão 3 (P3)

O ranking de mulheres na Forbes 400 expõe uma realidade dura: a desigualdade de gênero na elite econômica dos Estados Unidos persiste e, em 2025, até retrocedeu. Pela primeira vez desde 2019, o número de mulheres caiu, passando de 67 para 62, representando apenas 15,5% do total. Essa redução mostra que o acesso feminino aos maiores patamares de riqueza continua restrito, mesmo em um cenário de crescimento econômico.

A queda na presença das mulheres na Forbes 400 não é apenas estatística, mas reflexo de estruturas históricas que favorecem homens. Setores como tecnologia, finanças e indústria seguem concentrando riqueza em figuras masculinas. Isso significa que, embora existam avanços em diversidade, a porta de entrada para a elite permanece estreita para mulheres.

Mulheres que rompem barreiras conseguem crescer

O levantamento também revela nuances importantes. Entre as mulheres na Forbes 400, quase três quartos aumentaram suas fortunas, que passaram de US$ 839 bilhões para US$ 872 bilhões. Isso mostra que, quando superam barreiras, os resultados são expressivos. No entanto, o problema está no ponto de partida: poucas conseguem entrar nesse círculo restrito, e o sucesso continua dependendo de trajetórias individuais, não de mudanças sistêmicas.

Redes de influência e capital ainda são barreiras

A desigualdade enfrentada pelas mulheres na Forbes 400 evidencia fragilidades no acesso a investimento e capital. Apesar de programas de venture capital e iniciativas de mentoria, essas ações não compensam décadas de vantagens acumuladas por homens. O mercado financeiro e empresarial segue operando em redes de influência masculinas, enquanto fatores culturais, como a divisão desigual de responsabilidades domésticas, limitam a ascensão feminina.

A redução das mulheres na Forbes 400 serve como alerta estratégico. Embora aquelas já inseridas mostrem crescimento consistente, o desequilíbrio estrutural continua. A lista não retrata apenas riqueza, mas também oportunidades, poder e influência. Sem transformações sistêmicas, vitórias individuais continuarão sendo exceções em um ecossistema econômico desigual.