Juliana Freitas e José Pires Neto
Juliana Freitas e José Pires Neto (Foto: Divulgação)

A Bull, fintech brasileira especializada em soluções de crédito B2B, acaba de receber sua primeira rodada institucional. A companhia levantou um pré-seed de R$ 10 milhões, liderado pela Canary e com participação do Scale Up Ventures, da Endeavor. Em operação desde setembro, a startup projeta transacionar R$ 1 bilhão nos próximos 12 meses, consolidando-se como uma plataforma completa para que empresas criem e gerenciem suas próprias soluções de crédito.

“Uma dor comum entre as empresas é a dificuldade de lançar novos produtos de crédito para os clientes. O processo costuma ser caro, demorado e exigir muitos recursos – financeiros, tecnológicos e de equipe. A Bull nasce justamente para simplificar essa operação”, afirma Juliana Freitas, cofundadora e CEO da Bull.

O primeiro produto da fintech é voltado ao crédito consignado privado, também conhecido como “crédito do trabalhador”. A proposta é que a Bull assuma toda a parte tecnológica e de operação necessária para que empresas consigam oferecer esse tipo de produto em poucas semanas. O serviço mira companhias com grande base de clientes pessoa física, principalmente CLT, que desejam ampliar suas fontes de receita ao incluir uma oferta de crédito em seu portfólio.

“Nosso diferencial é entregar a solução pronta e cuidar de todo o processo – da análise de crédito à infraestrutura, passando pelas áreas regulatória, jurídica, de gestão e cobrança”, destaca José Pires Neto, cofundador e COO da Bull. Ele acrescenta que a plataforma é modular, white label e plug-and-play, com uso de inteligência artificial em risco, precificação e eficiência operacional.

A confiança na Bull vem não só da plataforma, mas também da experiência dos próprios fundadores. Juliana Freitas e José Pires são founders de segunda viagem, ambos empreendedores Endeavor, e foram responsáveis por estruturar e escalar a FortBrasil. A empresa atingiu 2 milhões de clientes e movimentou R$ 20 bilhões em crédito antes de ser adquirida integralmente pela DM, em 2023. O time da Bull acumula mais de 80 anos de experiência no setor.

Visão de futuro

Com dois clientes já na carteira, a fintech projeta encerrar 2025 com cinco. “Já temos empresas que vão começar a rodar no próximo mês, além de um pipeline robusto para essa expansão”, afirma José Pires.

A startup pretende destinar cerca de 60% dos recursos captados ao aprimoramento da plataforma e o restante às estratégias de go-to-market e operação. A expectativa é transacionar R$ 10 bilhões em cinco anos, ampliando a oferta de produtos conforme a demanda do mercado.

Segundo Juliana Freitas, CEO da Bull, a visão da startup é se consolidar como uma plataforma multiproduto. “Hoje, estamos focados no consignado privado, pela alta demanda dos clientes, mas no futuro teremos outras ofertas de crédito”, afirma.