A Valetec Capital foi selecionada para fazer a gestão do disputado Fundo de Investimento em Participações (FIP) da Petrobras, com foco em transição energética e descarbonização. O veículo de investimento foi criado em parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Finep, e terá capital alvo de R$ 500 milhões.
O edital para a escolha da gestora que irá estruturar o fundo foi lançado em junho deste ano. A Valetec ficou em primeiro lugar na seleção, seguida pelo consórcio formado pela Ahead Ventures e Aecom em segundo, e a Lightrock em terceiro.
A próxima etapa consiste na rodada final de negociação das condições contratuais e do regulamento do fundo, além das diligências legais. Depois disso, o investimento no FIP será submetido à aprovação das alçadas competentes dos investidores âncoras, com aportes a serem realizados conforme as necessidades do fundo.
Com R$ 1,35 bilhão sob gestão, a Valetec é uma casa especializada em soluções estruturadas de corporate venture capital (CVC). Entre os fundos administrados pela gestora estão Açolab Ventures (ArcelorMittal), Ânima Ventures (Ânima Educação), Neuron Ventures (Eurofarma) e Vibra Ventures (Vibra Energia).
O FIP Transição Energética da Petrobras tem o objetivo de investir em cerca de 15 empresas em estágio seed a growth que desenvolvam tecnologias, produtos e serviços voltados aos setores de transição energética.
A tese do fundo inclui, por exemplo, geração de energia renovável, armazenamento de energia e eletromobilidade, combustíveis sustentáveis, captura de carbono, utilização e estocagem (CCUS), além de descarbonização de operações. Startups devem possuir soluções validadas e início de receitas recorrentes.
O prazo total do FIP será de até 12 anos, e a expectativa é que o fundo comece a operar já em 2026. Dos R$ 500 milhões de capital esperado, haverá um capital mínimo para início das operações de R$ 240 milhões.
A BNDES Participações S.A. (BNDESPAR), subsidiária integral do BNDES, deverá comprometer, no mínimo, R$ 50 milhões, e, no máximo, R$ 125 milhões, limitados a 25% do fundo. A Petrobras entrará com até R$ 250 milhões, limitados a 49% do fundo, e a Finep, com recursos do FNDCT, deverá disponibilizar até R$ 60 milhões para o FIP. Além dos cotistas-âncora, o fundo tem potencial para receber aportes de outros investidores.