
Um dos principais desafios para quem está começando uma startup é montar a equipe ou o time fundador. Na hora de escolher os sócios, o melhor é priorizar habilidades complementares? Ou uma boa universidade? É possível empreender com amigos de bar? Ou melhor buscar um profissional no mercado? Investidores de venture capital responderam a algumas dessas perguntas durante o painel “Encontrando seu co-founder”, que aconteceu nesta quinta-feira (06) na fisweek25.
Para Felipe Andrade, sócio-fundador da DOMO.VC, encontrar o co-founder perfeito é “mais arte do que ciência”. Apesar de não haver uma receita de bolo, ele afirma que, de maneira geral, é melhor ter sócios do que empreender sozinho.
“A gente tem medo de solo founder. Não é que nunca será investido. Mas a cabeça desse founder não discute com outra pessoa uma solução. Decide tudo sozinho, o que pode ser um problema”, aponta.
Entre os pontos que a DOMO.VC valoriza na composição do time fundador, segundo ele, está o entendimento sobre o negócio. “A gente gosta de empreendedor que entende do negócio. É mais fácil investir em dois caras iguais, que entendem muito do que estão fazendo, do que buscar complementaridade ou chancela de Stanford, Harvard, Insper. Mas não gostamos de grupo fundador sem CTO. Depender de terceirizado não dá certo”, destaca Felipe.
Samuel Veloso, investidor da Maya Capital, que apoia startups como Alice, Nilo e Tivita, disse que durante a análise de uma empresa, a observação de como os times lidam com os problemas que eles buscam resolver é uma questão importante.
“O segundo ponto é a complementaridade. Alguns times são muitos parecidos, mas têm donos para os problemas. Também passamos bastante tempo tentando entender a dinâmica entre os fundadores e a sintonia entre eles. Essas pessoas estão embarcando em uma jornada muito longa, e queremos ver se de fato vão conseguir crescer juntos ao longo do tempo”, aponta.
Claudio Coelho, vice-presidente da Associação Brasileira de Startups de Saúde e Healthtechs (ABSS), destacou que os empreendedores têm duas grandes dores: modelar seu negócio e levar ao mercado. E encontrar o co-founder certo para a operação é um dos principais desafios da modelagem do negócio.
Para ele, tão importante quanto as habilidades profissionais do sócio são elementos da sua vida pessoal, como o casamento.
“A primeira coisa que você tem que saber é se o co-founder é casado. Se for solteiro, tem que saber se tem dinheiro guardado. Se tiver, já dá pra arriscar. Porque até fazer dinheiro, em qualquer mercado, vão pelo menos dois anos. Na saúde, vão pelo menos quatro. Se é casado, tem que combinar com os russos. Porque o boleto chega todo mês. A esposa ou o marido têm que fazer parte do negócio”, aconselha.