ACE Summit

O que considerar na hora do M&A

Startup não pode parar de dar atenção para as operações mesmo durante o processo de venda, avaliam executivos

Negócios
Negócios | Foto: Startups

Alguns empreendedores já criam suas empresas com o sonho de vender os negócios. Outros, não. No caso de Jared Andrade, fundador da Qexpert, fazer um M&A não era o objetivo inicial. A startup, especializada em dados e analytics, começou a crescer, ganhar escala e conquistar clientes e, com isso, empresas se aproximaram com interesse de adquirir o negócio.

“Começamos a ser vistos, e empresas nos procuraram com intuito de M&A”, disse Jared, durante seu painel no evento ACE Summit, nesta sexta-feira. “Vender a startup não estava no nosso objetivo. Conversamos com as empresas que nos abordaram para entender como eram as oportunidades e o mercado”, explica. No início, o negócio não estava preparado, por causa do porte, tamanho e experiência. 

Quando chegou no momento ideal, a Qexpert se conectou à Cadastra, empresa global de soluções de marketing, tecnologia, estratégia de negócios, data e analytics. As adaptações, segundo Jared, começaram desde o pitch. “Vimos que havia match e empatia entre os negócios”, pontua. O deal foi anunciado em janeiro deste ano.

ACE Summit: Thiago Bacchin (Cadastra), Jared Andrade (QExpert) e Otávio Pimentel (ACE Advisors)
Jared Andrade (QExpert), Otávio Pimentel (ACE Advisors) e Thiago Bacchin (Cadastra) durante o ACE Summit (Foto: Startups)

Ele ressalta que, durante o processo, a startup não pode deixar a peteca cair. “Nossa preocupação era que o M&A não atrapalhasse a operação. Dividimos o time para que ninguém ficasse sobrecarregado e a operação continuasse firme. Você nunca pode parar de prestar atenção na operação”, recomenda.

Thiago Bacchin, fundador e CEO da Cadastra, afirma que um dos aspectos mais importantes para a companhia é a questão financeira. “Dificulta muito avançar quando a empresa não está organizada financeiramente. Se está bagunçado, já é o primeiro sintoma de que a startup não está preparada para o M&A”, diz. A organização leva em conta outros fatores como valores, carteira de cliente, time, complementaridade dos negócios e modelo de trabalho – evitando negócios com peso alto em colaboradores PJ.

A Cadastra fez sua primeira aquisição em 2019 e, desde então, hoje tem um portfólio de 5 empresas. “Esperamos que os founders sigam no negócio, comprem o sonho grande que a gente escreve”, finaliza.