fbpx
Compartilhe

Criada com o propósito de potencializar pessoas e negócios que transformam a realidade, a aceleradora WOW completa uma década com perspectivas otimistas para os próximos anos de sua jornada. Com mais de 150 startups aceleradas, 12 exits e investimentos na ordem de R$ 37 milhões no ecossistema empreendedor, a organização pretende seguir firme na missão de apoiar startups com conexões, networking e capital intelectual, muito além do investimento financeiro.

“Estamos sempre ampliando a capacidade de investir – cada veículo de investimento é maior do que o anterior. Mas a grande oportunidade é que estamos cada vez mais aumentando o capital intelectual. Quanto mais investidores se juntam à WOW, conseguimos entrar em outros segmentos do mercado, com especialistas em diversas áreas para oferecer um apoio consistente com o objetivo de ajudar, trocar ideias e gerar um retorno no futuro”, afirma André Ghignatti, CEO da WOW, em conversa com o Startups.

Atualmente, a aceleradora conta com uma rede de mais de 300 investidores, que atuam como mentores das startups e oferecem smart money alinhados aos interesses de crescimento dos negócios. 22 deles, inclusive, são empreendedores que passaram pela WOW com suas startups, fizeram uma saída do portfólio da aceleradora ou tiveram sucesso financeiro e hoje atuam como investidores-anjo para apoiar outras companhias e retribuir ao ecossistema.

Com foco em empresas de base tecnológica nos estágios early stage ou super early stage, a WOW oferece três programas de aceleração – validação, tração e escala – com acompanhamento individual, processo de mentoria e trilhas de conteúdo. A expectativa é aumentar o portfólio em pelo menos 40 startups aceleradas nos próximos dois anos.

André Ghignatti, CEO da WOW
André Ghignatti, CEO da WOW (Foto: Divulgação)

Modelo de negócio

Desde o início, a WOW opera como uma associação sem fins lucrativos. Nessa estrutura, ela não cobra nada dos empreendedores. “A gente trabalha com inovação, mas somos pouco inovadores nesse aspecto. Montamos um modelo que tem funcionado e que a gente vem aperfeiçoando, mas não muda. O grupo de investidores sustenta a WOW financeiramente. Fazemos a aceleração e eles ganham uma participação nas startups para terem o retorno financeiro”, diz André.

Depois que o investidor começa a ganhar o retorno do investimento, a WOW passa a receber um success fee, ou seja, uma taxa de sucesso cobrada sobre o desempenho dos negócios. O executivo explica que todo o dinheiro é reinvestido no programa de aceleração. “O objetivo da WOW é gerar dinheiro com o resultado da startup, e não ser um prestador de serviços. Investimos 100% do dinheiro gerado no apoio às startups, seja contratando mais consultorias, promovendo eventos, convidando palestrantes, para criar novas empresas de sucesso e o ciclo se realimentar. Por isso, é um CNPJ de organização sem fins lucrativos”, pontua.

No início do ano, a aceleradora lançou uma operação de crédito para as empresas do seu portfólio. A iniciativa permite que os investidores da rede emprestem dinheiro ou façam antecipações para as startups, por meio da plataforma de serviços financeiros AmFi. Segundo a WOW, a alternativa é mais rápida e barata do que os métodos tradicionais, pois as startups podem fechar a operação com investidores que já conhecem os desafios e potenciais do negócio. “Esse é apenas um exemplo da série de complementos que oferecemos para apoiar nossas startups”, destaca André.

“O diferencial é sermos uma aceleradora independente, enquanto muitas são vinculadas a alguma corporação com uma tese específica. Cada um dos nossos 300 investidores têm a sua micro tese, que se somam para termos uma abordagem mais flexível e totalmente agnóstica para ajudar a startup além do dinheiro”, destaca André. O portfólio da WOW inclui desde startups de serviços funerários, como a Cortege, a empresas como a Surfmappers, marketplace que conecta surfistas a fotógrafos de surf, e Denga Love, app de relacionamento para pessoas negras.

Daqui para frente

A aceleradora segue com uma tese local, apoiando startups de todo o Brasil e uma busca intencional para não ficar restrita ao eixo Rio-SP. “Acredito que estamos fazendo um bom trabalho de apoiar startups early-stage. Queremos ser o primeiro cheque dessas empresas e oferecer o primeiro smart money. Vamos seguir com a missão de chegar bem cedo nas startups, pois é aí que mais conseguimos contribuir para o crescimento dessas empresas”, diz André.

Com seu grupo de investidores mais recente, fechado no último mês, a organização tem R$ 8 milhões reservados para novos aportes e R$ 4 milhões para follow on em empresas já do portfólio. “Houve recentemente um estresse no mercado com a redução dos investimentos, mas nós entramos muito cedo nos negócios. Não existe problema de dealflow ou escassez de boas startups e bons empreendedores, e o que não falta no Brasil são problemas para serem resolvidos. Teses consistentes conseguem aproveitar bem o alinhamento e capital investido pela WOW para seguirem seus caminhos”, avalia o executivo.

Ele afirma estar tranquilo para o próximo ciclo de aportes. “Em momentos de dificuldade, o empreendedor bom se destaca, pois está mais preparado, consegue gerenciar melhor o caixa e ser mais eficiente. Nossa abordagem nunca foi incentivar o modelo de queima de caixa adoidado, embora algumas startups optassem por isso por um direcionamento de outros fundos. A WOW sempre teve uma tese um pouco mais pé no chão – característica que se tornou valiosa com os ajustes no mercado”, pontua. Ainda assim, ele reconhece que as incertezas do mercado dificultaram a vida de alguns empreendedores, e a aceleradora vem se movimentando para apoiar as startups neste momento.

Segundo André, a WOW tem contado com o apoio de grupos de investidores-anjo e outras aceleradoras parceiras para avaliar as possibilidades das empresas de seu portfólio – e, muitas vezes, a recomendação agora é somar forças. “Tem muito espaço para consolidar negócios em estágio inicial”, diz, em referência a possíveis fusões. “Estamos trabalhando bastante com o merge de startups early stage que se complementam e juntas podem reduzir custos, melhorar ou complementar o produto e ser até uma alternativa para o empreendedor que quer seguir um outro caminho. Ao invés de remarem sozinhas, podem se unir e facilitar a jornada para crescerem juntas”, finaliza.

LEIA MAIS