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Quando encerrou a sua primeira turma do Oxygea Labs, programa que acelerou seis startups e investiu em três, a Oxygea se viu às voltas com uma constatação. Boa parte das startups que passaram pela iniciativa tinha dificuldades em entender processos fundamentais para captar investimentos.

“Ficou muito claro pra gente na jornada do ano passado quais foram as dificuldades que a gente viu nas startups selecionadas. Na parte de fundraising, a gente viu que eles estavam aquém de onde eles deveriam estar para captar investimentos além do nosso cheque”, revelou Artur Faria, CEO da Oxygea, em entrevista ao Startups.

A partir desta constatação, saiu uma nova iteração do programa, que se concentrará em potencializar as startups para captação de possíveis investimentos. Segundo o CEO, assuntos como preparação de pitch, go to market, documentação, data room e outros, ganham espaço central, algo que não se vê na maioria dos programa de aceleração.

“O modelo de inovação aberta no Brasil entre corporações e startups está vinculado à um estágio de validação de uma ideia no momento mais inicial, anterior à fase que a gente está abordando os negócios agora. A gente deixa de ter uma trilha generalista, algo mais early stage, para ser especializada em fundraising, porque tem a ver com a nossa vocação de fundo investimento”, pondera o CEO.

Com essa abordagem revisada, a gestora espera chegar ao final do novo batch, que vai de junho a novembro, com mais startups maduras para receber investimentos. Para esta edição, oito startups serão escolhidas, com a previsão de receber um cheque de R$ 2 milhões na conclusão da aceleração.

No Oxygea Labs do ano passado, seis startups foram aceleradas, mas apenas três chegaram na parte de investimentos, com cada uma recebendo R$ 1,5 milhão da Oxygea.

Se na parte de fundraising as coisas mudaram sensivelmente, na parte de verticais de interesse, pouco muda na tese, buscando startups com soluções em neutralidade de carbono, economia circular, energia renovável, novos materiais e transformação digital (Smart Factory, Analytics e Big Data). Além disso, o programa busca startups que já tenham seu produto ou serviço em fase de validação com clientes.

Gerando oportunidades

Segundo Artur, o programa chegou a um formato inédito focado na capacitação dos founders para captação com fundos de investimentos a partir dos aprendizados práticos obtidos com a primeira turma do Labs.

Com isso, além de incentivos financeiros (como R$ 75 mil sem contrapartida em equity) e mentorias, as startups terão acesso a um time dedicado para criação de valor do negócio e conexão com fundos para oportunidades futuras.

“Aproveitamos nossa vocação enquanto investidores para oferecer uma trilha especializada no tema. Acreditamos que o acompanhamento individualizado centrado nos desafios dos negócios será essencial para destravar valor para as selecionadas”, pontua Artur.

Artur Faria, CEO da Oxygea (Foto: Divulgação)

Essa participação mais integrada com o ecossistema de VCs já aconteceu no primeira edição do programa, com a Oxygea entrando com cheques de R$ 1,5 milhão em cada uma das rodadas abertas por duas startups aceleradas.

Com a Growpack, ela entrou como co-investidora em conjunto com a Irani Ventures, que injetou R$ 1,4 milhão na startup de soluções alternativas para biomateriais usados em embalagens.

O mesmo aconteceu com a LogShare, startup de SaaS da logística colaborativa por meio de rotas otimizadas com expedidores. O cheque de R$ 1,5 milhão entrou em uma captação que a startup fez no fim do ano, e cujos outros investidores não foram revelados.

Outra empresa acelerada no Oxygea Labs, a Cogtive, não chegou a receber o R$ 1,5 milhão da gestora, mas em fevereiro acabou recebendo um cheque ainda maior, captando R$ 10 milhões com a Indicator Capital.

“Às vezes eu posso entender que uma empresa é muito boa, mas talvez a gente não vai fazer o aporte nela pois tem outras que a gente vai querer priorizar, mas eu vou apresentar para um fundo da nossa rede e proporcionar oportunidades”, destaca Artur.

Segundo Paulo Emediato, CMO e líder de ecossistema na Oxygea, dependendo da maturidade da startup acelerada, pode ser que o investimento ocorra antes do fim do programa, caso a startup tenha uma rodada aberta. “A gente não necessariamente precisa esperar para fazer esse investimento. A gente está lá para ajudar, para colaborar e não para atrapalhar de forma alguma a jornada de investimento”, frisa o executivo.

Reinventando a jornada

Apesar de ser ligada à Braskem, a Oxygea está determinada a ser uma marca própria, apesar do pouco tempo de mercado. Lançado em 2022, a companhia anunciou US$ 150 milhões em investimentos – sendo US$ 100 milhões para CVC e US$ 50 milhões para incubação e aceleração – em startups com foco em neutralidade de carbono, economia circular, energia renovável, novos materiais e transformação digital.

Segundo Paulo Emediato, o posicionamento como um agente ativo no mercado de VC a partir do Oxygea Labs é um exemplo disso – o de ressignificar a Oxygea como fundo como um veículo do mercado e não necessariamente como o “CVC da Braskem“.

Paulo Emediato,CMO e líder de ecossistema na Oxygea (Crédito: divulgação)
Paulo Emediato, CMO e líder de ecossistema na Oxygea (Foto: Divulgação)

“Estamos abandonando a ideia do Oxygea Labs unicamente como um programa de aceleração, e reinventando ele como uma jornada de investimento. A gente quer colocar as empresas lá dentro, preencher todos os spots e ajudar estas startups a chegar no final aptas a receber investimentos além dos nossos”, finaliza Paulo.

As startups interessadas no Oxygea Labs podem se inscrever e responder ao formulário de inscrição por este link. A seleção conta com 4 etapas e o prazo limite para se inscrever é 21 de abril de 2024.

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