Corporações são grandes fontes de dados, e aqueles que entendem como usar essas informações a seu favor saem na frente. A Indicium tem a missão de ajudar essas empresas a integrar e analisar as bases de dados internas e externas para desenvolver soluções. Fundada em Santa Catarina em 2017, a startup atingiu o breakeven depois do primeiro ano de operação e hoje tem clientes como a Fundação Bill e Melinda Gates, Hyland, Reps & CO, Burger King e Stellar. Recém-chegada na Faria Lima, a empresa se planeja agora para “fincar a bandeira” dos Estados Unidos.
A Indicium começou a operar com capital próprio e desde então vem alcançando uma média de crescimento de 100% a 150% por ano. A empresa tem como sócios Isabela Blasi, Matheus Dellagnelo (CEO), Daniel Avancini (diretor de Dados), e Vitor Avancini (diretor de Tecnologia).
Com a missão de “impulsionar cultura data driven” a startup tem como diferencial a atuação em todas as linhas de frente relacionadas aos dados, desde a análise estratégica das necessidades das empresas, estruturação e implementação de processos e metodologias próprias de dados, ao treinamento dos times. Em pouco mais de cinco anos desde a fundação, Indicium alcançou 20 países, realizou mais de 185 projetos e registrou um crescimento de 200% no faturamento no ano passado (R$ 14,9 milhões). Além de ter gerado mais de 400 milhões de reais em ROI (retorno sobre investimentos) para os clientes.
De Santa Catarina para o mundo
Para Daniel, a fundação em Santa Catarina trouxe alguns desafios, em razão da distância das grandes empresas. “Nós não éramos do mercado de dados estabelecido, não tínhamos nenhum networking nas grandes empresas. Então teve esse desafio comercial. Por outro lado, isso nos obrigou a fazer um bom trabalho. Começamos com pequenas e médias empresas, trabalhamos muito próximos dos problemas reais dessas companhias, até que conseguir entrar em corporações maiores. Chegamos em São Paulo mais maduros do que as que já estavam naquele mercado”, conta.
O grande ponto de virada da startup foi durante a pandemia, quando a distância deixou de ser um fator tão importante, explica Isabela. Agora, a Indicium está abrindo um escritório na capital paulista, mas pretende manter as operações também na cidade onde nasceu. “Santa Catarina e Floripa são pioneiros em tecnologia, essa cultura está muito no nosso sangue, nas universidades locais. E ter um time aqui fortalece a nossa visão”, diz a sócia da startup.
Por ter clientes nos Estados Unidos e pretender crescer por lá, a Indicium também planeja abrir um escritório em terras gringas ainda neste ano. “Está começando a chegar a hora de fincar a bandeira lá nos EUA. Essa é uma das nossas prioridades para este ano”, anuncia Isabela.
One-Stop-Shop
A fundadora explica que quer ensinar às corporações a usar os dados como ativos de negócios. Ela acredita que as companhias já entenderam a relevância desse investimento, e têm aumentado consideravelmente o aporte de recursos para soluções nesse sentido. Por meio de um diagnóstico do negócio, a Indicium constrói uma estratégia de dados customizada, acompanha, fomenta e otimiza projetos para facilitar a escala e seguimento da jornada data driven. O que inclui formar talentos, treinar e capacitar clientes em metodologias como Modern Data Stack, usada por empresas como Spotify, Uber e Aribnb.
A vantagem, com isso, é a possibilidade de construir soluções mais assertivas, diz Isabela. “Um exemplo claro é o cliente que tem um e-commerce, e tem um fluxo grande de pessoas, mas não tem visibilidade de quem são para ter uma comunicação personalizada com elas. A gente consegue reunir diversas fontes de dados, como redes sociais, CRM, site, para que o cliente consiga desenvolver estratégias para se comunicar com eles”, diz.