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No setor imobiliário existe uma imensa demanda reprimida. São milhões de negativados, trabalhadores informais, autônomos e estudantes, que têm condições de alugar uma moradia, mas por não conseguirem comprovar renda, acabam sendo barrados pelo sistema convencional das imobiliárias. Um público ignorado por muitos, mas que chamou a atenção de um empresário do interior de São Paulo.

Foi no fim de 2017 que Caio Belazzi descobriu que o mercado de habitação popular, principalmente o de locação de imóveis, não estava sendo atendido e era uma grande oportunidade de negócio. Decidiu então fundar a Alpop, fintech de crédito focada no mercado de habitação popular.

A startup de Campinas nasceu de outra empresa que Caio criou há 16 anos, a Caiena, desenvolvedora de software sob demanda. Somando o investimento do empresário com o dos sócios, o bootstrap foi de R$ 4 milhões. A Alpop na verdade iniciou sua operação como uma imobiliária, em julho de 2018. Dois anos depois, o empresário pivotou a empresa para o modelo fintech e desde então se dedica full time à startup.

CPF e mais nada

A fintech atua como a melhor amiga de imobiliárias e inquilinos. Enquanto a imobiliária faz toda a gestão do contrato de locação, a Alpop fica responsável pela gestão financeira, incluindo a emissão de boleto ao inquilino. A empresa criou um método de análise cadastral que realiza um filtro qualitativo de pessoas que não seriam aceitas em outros mecanismos de seguradoras imobiliárias.

“As imobiliárias se credenciam na plataforma e enviam apenas os CPFs dos potenciais locatários. Fazemos então uma análise criteriosa com base em 22 parâmetros alternativos, que é concluída em apenas cinco minutos. Traçamos perfis muito específicos que nos mostram os níveis de risco baseados nesses parâmetros”, explica o fundador e presidente da fintech.

Caio Belazzi, fundador e presidente da Alpop

Caso o morador não pague o boleto em dia, o sistema de cobrança automatizado da startup envia um alerta (aquele “oi, sumido” básico). Caio conta que, para garantir o pagamento dos aluguéis às imobiliárias em caso de atraso do inquilino, a Alpop criou um fundo de reserva técnica estimado em 1% do total de boletos emitidos por mês.

“Circulamos R$ 1,6 milhão ao mês como fluxo de recebíveis, número que cresce de 15% a 20% mensalmente. Buscamos aumentar o funil de venda das imobiliárias, sempre protegendo o pagamento do aluguel por parte dos inquilinos durante todo o prazo contratual”, afirma. 

Popularidade em alta

Presente em 60 municípios em 15 estados, a Alpop hoje trabalha com 92 imobiliárias, e vem crescendo em ritmo acelerado. A fintech fechou seu primeiro ano de operação, em 2021, com um aumento de mais de 1.400% em sua base de clientes ativos — hoje são 1.300 contratos de locação ativos na carteira da empresa. Em termos de receita bruta, o crescimento foi de 600%. Para os próximos 18 meses, o plano é crescer 16 vezes. A expansão deve ser apoiada em breve pela primeira rodada de captação da Alpop.

Além dos bons resultados financeiros, a startup fundada em Campinas comemora também o primeiro lugar no ‘Mithub Estate Fintech Challenge’, premiação nacional que reconheceu a startup como destaque tecnológico no mercado imobiliário e construção civil no ano passado. 

“Nosso diferencial competitivo está em conhecer o comportamento desse mercado e derivar produtos de crédito a uma taxa que hoje fica abaixo da do financiamento imobiliário de construção. Estamos construindo a maior rede de crédito popular da América Latina”, conclui Caio.

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