De software house para plataforma e-commerce voltada para negócios recorrentes/por assinatura do mercado editorial. Essa é a trajetória da Robox, startup fundada em 2018 em Natal, no Rio Grande do Norte. Seu foco é ajudar publishers a transformar leitores em assinantes, na chamada economia de recorrência.
A companhia faz parte do grupo Blacklab Ventures, que detém também a Rits Tecnologia e a Mobister. Segundo o cofundador e diretor de crescimento da Robox, Thiago Lins, a startup foi uma evolução natural da expertise com o desenvolvimento de sites e software web pela Rits, em 2005, e depois com a SignUp, espécie de Netflix white-label que desenvolvia plataformas de vídeos e outros conteúdos. Essa última teve seu exit em 2019, quando foi vendida para a Netshow.me, plataforma de transmissão de vídeos ao vivo.
“Ao receber um job para desenvolvimento de um sistema de assinatura para um portal de conteúdo começamos a conquistar mais clientes e vimos uma oportunidade de negócio. Foi aí que surgiu a Robox”, conta Thiago. Logo veio o primeiro grande cliente, o Grupo Boticário. A startup desenvolveu o sistema de recorrência para a The Beauty Box, empresa do grupo, durante dois anos.
Ao posicionar a startup como uma plataforma e-commerce para assinaturas e vendas recorrentes de produtos físicos, Thiago descobriu um nicho que estava mal atendido: o mercado publisher. “Antes as pessoas pagavam pelo acesso ao conteúdo, hoje elas pagam pela curadoria e credibilidade desse conteúdo”, afirma.
Então, no fim de 2021, decidiu junto aos sócios Aldo César, José Alves e Juciano Araújo, pivotar para um modelo focado na gestão de assinaturas do mercado editorial. Os quatro sócios chegaram a investir cerca de R$ 1 milhão no negócio.
Convertendo leitor em assinante
A Robox criou uma plataforma SaaS para que editoras ofereçam aos leitores pacotes personalizáveis e opções ininterruptas para atualizar, suspender ou renovar suas contas. A parametrização das recorrências é feita de acordo com o modelo de negócio do cliente.
Além de uma área do assinante, onde ele pode cadastrar cartões para pagamento e trocar dados de contato e endereço quando quiser, o painel oferece o histórico de compras e pedidos. Nele ficam os dados das vendas, pedidos, área para emissão de relatórios, etc. A plataforma também faz a integração com empresas logísticas para emissão de notas fiscais e entregas das revistas, por exemplo.
A monetização da Robox vem pelo custo de implantação da solução, (o plano base de entrada gira em torno de R$ 6 mil), mais uma mensalidade que varia segundo a quantidade de assinantes administrados. “Todo lucro das outras empresas do grupo é injetado na Robox. Não temos uma cultura de queima de caixa. Nosso faturamento paga a manutenção da empresa”, explica o cofundador. Atualmente são 20 clientes, dentre eles as revistas Vida Simples, Carta Capital e Elle, que controlam suas assinaturas pela plataforma da startup.
“Como estamos numa fase muito inicial, não buscaremos investimento externo agora. Para 2022 nosso objetivo é sair do MVP, terminar uma versão beta e expandi-la, para daí então iniciar um trabalho de escala em 2023”. A ideia, segundo Thiago, é tracionar com uma rodada seed de no mínimo US$ 1 milhão por 5% da empresa. Até 2024, a meta é triplicar a base de assinantes gerenciados, que hoje chega a quase 350 mil.