Além da Faria Lima

Além da Faria Lima: SaaS da Robox ajuda publishers na conversão de assinantes

Startup de Natal que criou plataforma para gestão de assinaturas no mercado editorial mira rodada seed em 2023 para ganhar tração

Além da Faria Lima: SaaS da Robox ajuda publishers na conversão de assinantes

De software house para plataforma e-commerce voltada para negócios recorrentes/por assinatura do mercado editorial. Essa é a trajetória da Robox, startup fundada em 2018 em Natal, no Rio Grande do Norte. Seu foco é ajudar publishers a transformar leitores em assinantes, na chamada economia de recorrência. 

A companhia faz parte do grupo Blacklab Ventures, que detém também a Rits Tecnologia e a Mobister. Segundo o cofundador e diretor de crescimento da Robox, Thiago Lins, a startup foi uma evolução natural da expertise com o desenvolvimento de sites e software web pela Rits, em 2005, e depois com a SignUp, espécie de Netflix white-label que desenvolvia plataformas de vídeos e outros conteúdos. Essa última teve seu exit em 2019, quando foi vendida para a Netshow.me, plataforma de transmissão de vídeos ao vivo.

“Ao receber um job para desenvolvimento de um sistema de assinatura para um portal de conteúdo começamos a conquistar mais clientes e vimos uma oportunidade de negócio. Foi aí que surgiu a Robox”, conta Thiago. Logo veio o primeiro grande cliente, o Grupo Boticário. A startup desenvolveu o sistema de recorrência para a The Beauty Box, empresa do grupo, durante dois anos.

Thiago Lins, cofundador e diretor de Crescimento da Robox

Ao posicionar a startup como uma plataforma e-commerce para assinaturas e vendas recorrentes de produtos físicos, Thiago descobriu um nicho que estava mal atendido: o mercado publisher. “Antes as pessoas pagavam pelo acesso ao conteúdo, hoje elas pagam pela curadoria e credibilidade desse conteúdo”, afirma. 

Então, no fim de 2021, decidiu junto aos sócios Aldo César, José Alves e Juciano Araújo, pivotar para um modelo focado na gestão de assinaturas do mercado editorial. Os quatro sócios chegaram a investir cerca de R$ 1 milhão no negócio.

Convertendo leitor em assinante

A Robox criou uma plataforma SaaS para que editoras ofereçam aos leitores pacotes personalizáveis ​​e opções ininterruptas para atualizar, suspender ou renovar suas contas. A parametrização das recorrências é feita de acordo com o modelo de negócio do cliente. 

Além de uma área do assinante, onde ele pode cadastrar cartões para pagamento e trocar dados de contato e endereço quando quiser, o painel oferece o histórico de compras e pedidos. Nele ficam os dados das vendas, pedidos, área para emissão de relatórios, etc. A plataforma também faz a integração com empresas logísticas para emissão de notas fiscais e entregas das revistas, por exemplo.

A monetização da Robox vem pelo custo de implantação da solução, (o plano base de entrada gira em torno de R$ 6 mil), mais uma mensalidade que varia segundo a quantidade de assinantes administrados. “Todo lucro das outras empresas do grupo é injetado na Robox. Não temos uma cultura de queima de caixa. Nosso faturamento paga a manutenção da empresa”, explica o cofundador. Atualmente são 20 clientes, dentre eles as revistas Vida Simples, Carta Capital e Elle, que controlam suas assinaturas pela plataforma da startup.

“Como estamos numa fase muito inicial, não buscaremos investimento externo agora. Para 2022 nosso objetivo é sair do MVP, terminar uma versão beta e expandi-la, para daí então iniciar um trabalho de escala em 2023”. A ideia, segundo Thiago, é tracionar com uma rodada seed de no mínimo US$ 1 milhão por 5% da empresa. Até 2024, a meta é triplicar a base de assinantes gerenciados, que hoje chega a quase 350 mil.