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A cidade de Pato Branco (PR) é um dos maiores polos de tecnologia da região Sul. Em 2020, a cidade se tornou oficialmente a Capital Tecnológica e Inovadora do Estado do Paraná. O reconhecimento veio 4 anos depois da instalação do Parque Tecnológico de Pato Branco, complexo voltado à pesquisa, extensão e incubação de empresas de base tecnológica, cujo faturamento chega a R$ 500 milhões ao ano.

O espaço conta com cinco laboratórios de pesquisa e tem capacidade para abrigar 60 empresas. Dentre elas, está a Bitz Softwares, desenvolvedora de sistemas de gerenciamento de propriedades (PMS) para hotéis e motéis de todo o país, que se instalou no parque pouco antes da pandemia.

A história da startup começou na verdade em 2011, quando o fundador e CEO Thiago Santin criou um software de gestão para o motel de um conhecido. Não demorou muito para mais estabelecimentos do tipo se interessarem pela solução. No entanto, o negócio enfrentou muitos desafios até ganhar aderência e crescer em um mercado com players como Totvs e Desbravador Software.

“Durante 7 anos ficamos patinando, sem expertise nem dinheiro. Tinha que fazer outros serviços nos fins de semana para me manter. Considero que foi um período de validação da empresa, de muito esforço”, conta Thiago em conversa com o Startups para a série Além da Faria Lima.

Atleta profissional de handebol durante os anos dedicados à faculdade de Sistemas da Informação, Thiago aprendeu lições importantes que leva até hoje em sua carreira profissional, tais como disciplina, trabalho em equipe, resiliência e aprender a perder. Mas desistir nunca esteve em seus planos. 

Thiago Santin, fundador e CEO da Bitz Softwares (Foto: Divulgação)
Thiago Santin, fundador e CEO da Bitz Softwares (Foto: Divulgação)

O start para o sucesso 

Foi então que, em 2018, o empreendedor conseguiu criar um SaaS eficiente e acessível para a gestão de empreendimentos no segmento de hospitalidade – além de motéis, hotéis, pousadas, resorts e restaurantes. Para se ter ideia, hoje são quase 800 clientes: 230 motéis e 550 hotéis de todo o Brasil, principalmente no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. O ticket médio da assinatura recorrente gira em torno de R$ 700.

Por meio de uma interface simples e intuitiva é possível gerenciar toda a rotina operacional de um estabelecimento. O software oferece 65 relatórios gerenciais, contendo todas as informações necessárias para análises e estratégias de crescimento. No caso de hotéis, a solução permite a gestão de reservas, pedidos para a cozinha, emissão de notas, geração de boletos, etc, além de permitir ao hóspede fazer check-in e check-out pela internet.

Entre 2020 e 2021, a Bitz Softwares registrou crescimento de 184% e gerou uma receita de quase R$ 4 milhões. No ano seguinte, foram quase R$ 5 milhões, e para 2023 a projeção é de chegar perto de R$ 6 milhões. Entre os principais parceiros estão a Rede Acalanto de Hotéis, Blue Inn, Refúgio da Villa, Balsas Premiere Hotel, entre outros. 

No início deste ano, a startup recebeu R$ 1,2 milhão para o financiamento de projetos relacionados à inovação. O crédito foi obtido via parceria entre o Sebrae, Cresol (Cooperativa de Crédito) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e foi destinado ao desenvolvimento de produto e marketing. Para o segundo semestre, a startup pretende lançar um CRM Omnichannel para potencializar a venda direta dos hotéis e melhorar ainda mais o relacionamento com o consumidor. 

“Acredito na tese de que todas as pessoas têm possibilidade de crescer e se desenvolver. Se eu puder deixar uma mensagem para quem está começando, tenha um propósito muito claro de onde quer chegar e trabalhe para isso, tudo é possível”, finaliza Thiago, que desde janeiro se divide como presidente da Bitz Softwares e também do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) de Pato Branco, associação sem fins lucrativos que visa desenvolver o setor de tecnologia no município. 

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