Além da Faria Lima

Casa Azul cresce junto a negócios que transformam a sociedade

Cearense Casa Azul Ventures quer chegar a 150 startups aceleradas em 2024 e prepara expansão para o Norte

Foto: Arte/Startups
Foto: Arte/Startups

Quando foi fundada em 2017 pelo Jornal O POVO e pela Elogroup, a Casa Azul Ventures, primeira aceleradora do Ceará, estava muito certa sobre seu real papel: ser um agente de transformação social por meio de negócios que transformem a sociedade. Ela apoia a maturação e transformação de novas startups, com acompanhamento, aporte financeiro, mentorias, networking e conexões estratégicas.

Segundo o cofundador da Casa Azul, André Filipe Dummar, que também é diretor de estratégia digital no Grupo de Comunicação O POVO, a ideia de criar a aceleradora surgiu em 2013, quando esteve no Vale do Silício. Ao conhecer diversos negócios de base tecnológica transformando a sociedade americana pensou: “Por que não trazer isso para a realidade do Nordeste?”. E assim o fez.

Em seis anos de operação, a Casa Azul Ventures acelerou 82 startups de todos os Estados do Nordeste, região que concentra, em sua maioria, adtechs, fintechs e retailtechs, ainda de acordo com André. Mais de 60% das startups aceleradas pela Casa trabalham com soluções SaaS para o B2B e, até o ano passado, a aceleradora teve uma taxa de 17% de conversão do portfólio, ou seja, de startups aceleradas que receberam algum tipo de investimento.

Alguns exemplos dessa leva de sucesso são a Mercadapp, adquirida em 2020 pela Linx por R$ 10,5 milhões; a Suri, antiga Chatbot Maker, especializada em IA conversacional e que já levantou R$ 4 milhões com a KPTL; a retailtech Susclo; a Urbis, que cria clubes de vantagens personalizados para empresas; e muitas outras.

“Atuamos com uma perspectiva de rede. A capacidade de coligar iniciativas transcende uma necessidade circunstancial específica. Com o nosso propósito de fazer a região crescer, somos céticos da perspectiva da escala pela escala. Buscamos startups que tenham consciência de seu papel transformador”, enfatiza André, em entrevista ao Startups para a série Além da Faria Lima.

Para 2024, a Casa Azul Ventures quer chegar a 150 startups aceleradas. Também está nos planos a expansão da atuação da aceleradora para a região Norte, especificamente no Amazonas e Pará. André não descarta uma possibilidade futura de instalar uma filial por lá.

André Filipe Dummar, cofundador da Casa Azul Ventures (Foto: Samuel Setúbal)

Aceleração com o Banco do Nordeste

O mais recente movimento feito pela Casa Azul em prol do ecossistema foi o lançamento do Programa Delta-V, em parceria com o Banco do Nordeste (BNB). O programa de aceleração contemplado pelo edital do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci) selecionou 60 startups – 30 em fase de ideação e 30 em tração.

Em fase final, as startups agora participam de seis masterclasses e encontros remotos com grandes nomes do ecossistema de inovação do Brasil, além de eventos de conexão, como Demoday e BootCamp. A jornada termina em dezembro, quando serão anunciadas as vencedoras.

Um total de R$ 300 mil será distribuído a seis finalistas (três de cada módulo). Os critérios de seleção das startups vencedoras são engajamento nas atividades do programa, evolução de indicadores de desempenho durante o período de aceleração e nota dada por uma banca de avaliação aos pitches apresentados pelas startups durante o Demoday.