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A Urmobo é uma startup com cinco anos de mercado, mas sua trajetória está mais próxima de uma companhia tradicional de TI do que das startups que estamos acostumadas a ver, com suas rodadas e planos ancorados em investimentos agressivos. Para impulsionar sua expansão nos últimos anos, ela apostou em canais e no bootstrapping.

“Fizemos um caminho que é difícil, comprometendo parte de nossa margem e de certa forma testando nossa solução junto com os revendedores, mas no fim o modelo se provou válido”, afirma Thiago Carvalho, cofundador e COO da empresa.

Tá, mas o que essa startup sediada em Ribeirão Preto faz? Ela desenvolveu uma plataforma proprietária de gestão de ativos móveis para empresas – ou seja, pela plataforma da Urmobo empresas podem configurar, provisionar e monitorar todo o seu parque de smartphones e tablets.

De acordo com a Urmobo, sua solução é capaz de mitigar tanto questões como uso indevido dos aparelhos, assim como garante mecanismos de segurança, algo que se tornou uma preocupação crescente das companhias, ainda mais em tempos em que os golpes virtuais estão em alta.

Segundo Vinícius Olivério, CTO e também cofundador da empresa, o gancho que fez a startup conquistar clientes grandes como SLC Agrícola, Dafiti, Brinks e Carrefour foi o de se posicionar estrategicamente. “Quando entramos no mercado, já tinham soluções boas como a nossa feitas por players internacionais, mas elas não tinham features que atendiam a demandas das empresas daqui. Já as soluções nacionais atendiam demandas locais, mas não tinham a performance das de fora. E foi nesse gap que nos posicionamos”, explica.

A estratégia da companhia rendeu resultados, com uma média de crescimento de 200% ao ano, segundo os fundadores, conquistando clientes de todos os portes e também contratos com o segmento público. Atualmente, a Urmobo tem cerca de 300 clientes em sua carteira, com mais de 200 mil dispositivos monitorados. “80% da base é Android, 5% iOS, e temos uma base de 15% no Chrome OS, uma aposta que fizemos em uma área pouco atendida, e que hoje representa um crescimento interessante”, avalia Vinicius.

Demanda crescente

Sabe o papo de empresa de TI que comentei no começo? Bem, ele encontra fundamento no histórico de seus fundadores. Vicente Olivério, CEO e o terceiro cofundador na Urmobo, é um veterano no mercado de tecnologia, e juntamente com os contatos do COO, Thiago Carvalho, movimentou as primeiras conexões que tornaram possível a operação inicial da Urmobo.

Vicente Olivério, Vinicius Olivério e Thiago Carvalho
Thiago Carvalho, Vicente Olivério e Vinicius Olivério, cofundadores da Urmobo. (Crédito: divulgação)

“Começamos com um pool de amigos que eram do ecossistema de TI, e crescemos a partir daí”, explica Vicente. Hoje a startup já vive um cenário diferente, com uma solução SaaS testada e aprimorada, e com uma rede de pelo menos 90 revendedores com pelo menos um contrato ativo, incluindo clientes em outros países da América Latina. Além disso, ela conta com duas empresas distribuidora revendendo sua solução.

“Essa estrutura nos permite atender tanto os clientes que precisa gerir 5 equipamentos até aquela que tem 10 mil dispositivos”, completa Thiago, chamando a atenção também para a parte consultiva do serviço, que é prestada tanto pela Urmobo quanto pelos canais, cuidando para manter um churn baixo para o negócio.

Conforme o COO, a demanda por soluções como a da Urmobo segue em alta nas empresas, e 2023 tem sido um bom ano. “Nossa meta de crescimento para o ano era de 200% e já estamos em 250%. Para o ano que vem, nosso plano é no mínimo dobrar em tamanho e receita, focando tanto no Brasil quanto na América Latina”, afirma.

Hora de buscar investidores?

“Hoje o que se tornou sexy para os investidores é dar resultado”, disparou Vicente sobre a possibilidade da Urmobo buscar investidores no mercado. Segundo ele, hoje a empresa chegou em um estado de maturidade que a permite pensar sobre isso e sentar à mesa com possíveis interessados.

Por outro lado, ele ressalta que isso não é uma necessidade para o momento. “Temos rentabilidade para evitar erros nessa busca de investimento e temos saúde financeira para investir no negócio, então podemos esperar um momento mais interessante para isso”, pondera, comentando sobre o momento ainda pouco favorável para os fundadores em termos das ofertas dos VCs.

“Assim como difícil optar por canais, foi difícil seguir sem pegar investimento, mas no fim se mostrou a decisão correta, e temos a possibilidade de, se recebermos investidores, ser a melhor oferta possível”, finaliza.

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