Não é incomum ver startups nascendo de um desafio que empreendedores tiveram em suas empresas anteriores. É o caso da BuzzMates, startup capixaba cuja solução surgiu de uma solução que os fundadores desenvolveram para uma dor de outro negócio – um clube de assinaturas de café.
Fundada no ano passado, a BuzzMates nasceu da necessidade dos fundadores Matheus Marcelino e Matheus Barcelos em otimizar as campanhas de marketing com nano e micro influenciadores para seu clube, mas rapidamente se transformou em uma plataforma que ajuda a criar, organizar e gerir comunidades de marcas com micro e nano influenciadores para outras empresas em todo o país.
Agora com pouco mais de um ano de atuação no mercado, e um investimento captado este ano – US$ 125 mil com a Antler – a BuzzMates começa a preparar seus próximos passos de crescimento, ancorado nos avanços já conquistados. Apesar do pouco tempo na ativa, a solução da companhia já atraiu clientes grandes como Granado, LivUp, Cogna e outros.
“O mercado tá passando por essa onda, uma quarta onda do mercado de influenciadores, buscando conteúdos mais genuínos e menos massificados dentro das redes sociais – e comunidade é a palavra do momento para as empresas atingirem seus públicos”, explica Matheus Marcelino, um dos cofundadores e Chief Business Officer (CBO) da BuzzMates, em conversa com o Startups.
Uma proposta diferente
O mercado de martechs, especialmente as com foco na creator economy, não é algo novo no Brasil, inclusive com algumas startups ganhando destaque como intermediadores entre grandes marcas e comunidades de influenciadores – um dos casos recentes foi a rodada da BrandLovrs.
Entretanto, segundo o CBO da BuzzMates, a proposta da startup capixaba é diferente, apostando mais na gestão das comunidades e das campanhas que as empresas fecham com os influenciadores do que em um marketplace que conecta as duas pontas, como é o caso da BrandLovrs.
“Não atuamos com matchmaking, pois nosso foco é a gestão, com indicadores, métricas e engajamento. Essa é uma dor maior para as marcas do que encontrar influencers”, frisa o executivo.
Conforme explica o fundador, a receita da companhia é feita em cima do número de criadores gerenciados pelas marcas, mas o modelo pode variar – a companhia tem contratos baseados no volume de vendas trazido nas campanhas com influencers e ela também oferece sua plataforma no modelo white label para empresas que abrem seus portais de gestão de campanhas para influenciadores – a Granado é uma cliente nesse modelo.
Com estas diferentes linhas de faturamento, a companhia ainda anota uma receita moderada – cerca de R$ 30 mil de renda recorrente mensal (MRR) – mas o plano é escalar rápido.
“Queremos chegar no fim do ano que vem com um MRR de R$ 100 mil”, pontua Matheus, revelando também que a meta é pular das 30 empresas clientes atualmente para algo em torno de 200. Além disso, a empresa está focando no aumento do ticket médio dos contratos, que nesse ano já subiu 224%.
Outro plano para impulsionar a estratégia de crescimento envolve uma captação com investidores – e a empresa já está na fase de due dilligence para a próxima rodada. “Vamos fazer uma bridge de R$ 500 mil para escalar e buscar um aporte seed mais robusto a partir do ano que vem”, pontua o executivo, revelando também que a empresa está participando do edital do Tecnova III no Espírito Santo, o que poderá render mais R$ 400 mil para o caixa da companhia.
“Serão aportes fundamentais para consolidar nossa estratégia de mercado. Não queremos ser uma agência, como várias martechs no segmento que estamos. Nosso foco é na tecnologia, no SaaS, e queremos acelerar nisso”, finaliza.