E se, da mesma forma que escolhemos a nossa operadora de telefonia, por exemplo, nós pudéssemos escolher de onde vamos receber a energia que consumimos em casa ou em um pequeno negócio? Essa é a proposta da startup gaúcha Volters, que funciona como uma espécie de marketplace de energia, conectando quem produz a potenciais consumidores.
Nascida em 2022, após o Marco Legal da Geração Distribuída, a Volters foi fundada pelo engenheiro eletricista Eduardo Berriel, que percebeu que havia uma dificuldade em remunerar aqueles que geravam energia elétrica por meio de sistemas fotovoltaicos.
Hoje, a empresa atende a mais de 500 clientes, que consomem energia de cerca de 150 produtores. Em entrevista exclusiva ao Startups, Eduardo conta que a maior parte dos clientes são pequenos e médios negócios, como bares e restaurantes, para quem a conta de luz representa um dos principais gastos no fim do mês. Ao fazer parte da Volters, esses consumidores conseguem economizar até 20%, segundo o CEO.
“Mas nosso foco não é apenas na economia, mas no conceito do impacto. Vamos começar a entregar selos de sustentabilidade nos bares e restaurantes, para que os clientes desses estabelecimentos saibam que aquele é um espaço que usa energia verde. Condomínios residenciais também são ótimas opções, e podem usar energia solar para abastecer os espaços comuns”, afirma.
Já o produtor de energia consegue ganhar entre R$ 30 e R$ 40 por placa fotovoltaica. Para quem não tem interesse ou condições de investir diretamente em placas solares, a Volters também oferece um produto de investimento, no qual é possível adquirir uma espécie de cota de uma usina solar ou entrar como cotista em um fundo para financiar projetos.
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A Volters hoje está plugada ao Instituto Caldeira e à Tecnopuc, onde, segundo Eduardo, a empresa foi moldada para atender às necessidades do mercado. A startup já levantou investimento anjo e está com uma rodada aberta de captação Seed no valor aproximado de R$ 1 milhão. Segundo o executivo, o aporte será usado para validar a máquina de vendas e estabelecer um canal de parceiros.
“O ano de 2023 foi de ajustar o produto ao mercado e 2024 está sendo o ano de tração. Para 2025, a ideia é escalar”, diz Eduardo.
Com 18 funcionários, a empresa tem atualmente três sócios, além do fundador. Nicolas Werlang (CFO) é o responsável pelas finanças da Volters, trazendo uma sólida base em Administração e Estratégia. Também engenheiro eletricista, Nicolas fundou junto com Eduardo a startup ESOS que, após 18 anos, foi vendida para dar espaço ao seu novo desafio na Volters.
Marcos Backes (CXO) tem vasta experiência no mercado de energia solar e ao longo de sua carreira implantou centenas de usinas solares, além de criar e vender duas empresas de sucesso. Já Bianca Andrades (CPO), publicitária com mais de 10 anos de experiência, passou por empresas como a Rede Marista e o South Summit, onde desenvolveu habilidades em marketing e comunicação.