*Por Ross Saario, CEO da Intelipost
Por muito tempo, reduzir emissões na logística foi visto apenas como um diferencial para agradar investidores ou cumprir metas ESG genéricas. Isso mudou. A logística limpa deixou de ser um tema de marketing e entrou no centro das decisões estratégicas.
A sinalização mais clara veio de fora: países da Europa, Estados Unidos e, mais recentemente, Brasil e China estão discutindo ativamente a implementação de taxas internacionais sobre emissões no transporte marítimo. Em breve, poluir deixará de ser uma opção barata, e o frete mais sustentável será também o mais competitivo.
Executivos que ainda encaram a logística limpa como um “custo extra” estão presos a uma visão ultrapassada. A realidade que já se aproxima, e que será ainda mais forte nos próximos anos, é que a logística será intermodal, digital e verde. Frotas elétricas, rotas otimizadas por inteligência artificial e hubs logísticos com baixo impacto ambiental não serão mais um diferencial — serão o mínimo necessário para se manter competitivo.
E isso não vale apenas para multinacionais ou empresas bilionárias. Operadores rodoviários que adotaram tecnologias como otimização de rotas, manutenção preditiva e uso de biocombustíveis já conseguem reduzir custos operacionais e evitar penalidades ambientais. Transportadoras regionais que renovaram suas frotas e investiram em rastreamento inteligente vêm conquistando licitações ao oferecer menor pegada de carbono — e não apenas pelo preço mais baixo.
No Grupo Intelipost, no último ano, em parceria com a Moss, conquistamos o selo Carbono Neutro, reafirmando nosso compromisso com práticas sustentáveis e a preservação do meio ambiente. E, pessoalmente, deixo aqui minha visão: o objetivo das empresas deve ser inspirar parceiros, clientes e consumidores a adotarem práticas cada vez mais responsáveis.
Não se trata apenas de mudar por convicção, trata-se de mudar por sobrevivência. Clientes B2B já exigem logística rastreável, fintechs verdes favorecem cadeias limpas e, em pouco tempo, quem não provar sua eficiência ambiental ficará de fora das melhores parcerias. Reduzir custos e emissões tornou-se a mesma estratégia. Agora, o que falta é coragem para sair da inércia.