Artigo

Advisors: Qual o momento ideal para tê-los em sua startup?

Conselheiros podem ajudar fundadores em tomadas de decisões que sejam assertivas para o sucesso do negócio

Foto: Canva
Foto: Canva

*Amure Pinho é fundador do Investidores.vc

Conselheiros, orientadores ou advisors, independentemente do termo usado, eles buscam auxiliar, sobretudo, startups a alcançarem seus objetivos de forma ágil e organizada. Isto é, trata-se de um profissional capacitado a positivar os resultados do negócio. Mas você sabe qual o momento ideal para ter um advisor no seu negócio?

A presença desse profissional pode ser um passo fundamental para o desenvolvimento de uma organização. Lembrando que o papel do advisor na startup não é o de atuar no dia-a-dia da operação, mas sim o de entender o cenário da startup e ajudar fundadores em tomadas de decisões que sejam assertivas para o sucesso do negócio.

E fazem isso, trazendo sua bagagem de mercado, compartilhando aprendizados e experiências do seu histórico profissional e expertises. Trata-se de um grande aliado que, ao lado do fundador, acompanha o negócio com frequência, dedicando um pouco do seu tempo no que for necessário, seja por meio de um telefonema, tirando dúvidas, fazendo reuniões e até mesmo unindo forças para encontrar soluções para os possíveis problemas.

Existe um momento ideal?

Sobre o momento ideal para se ter um, não existe uma regra. Você pode começar seu negócio já com um conselho de advisors? Sim. Mas é importante levar em consideração quais são suas reais necessidades no momento, e principalmente, entender a hora certa se considerar ceder para esse advisor uma participação na sua startup. 

No início do seu negócio, ter advisors que não cobrem remuneração e que assumem esse papel pela causa, movidos pelo desejo de contribuir com sua expertise e ajudar a sua startup, é uma excelente oportunidade que pode fazer a diferença para acelerar sua jornada

Agora, à medida que as dores da startup vão se tornando mais complexas, surge a necessidade de ter um board de advisors, por exemplo, ou profissionais mais especializados para ajudar e que vão exigir remuneração. Nesse caso, o modelo mais comum é o de equity, ou seja, a startup cede uma parte do seu captable. 

Mas é aqui que você como fundador deve tomar cuidado: não à toa, é justamente nesta etapa que a maioria dos empreendedores cometem mais erros, principalmente em relação ao percentual cedido no captable. Aqui, na minha opinião, o ideal é não entregar mais do que 3% para o grupo de advisors, ou seja, caso sua startup tenha três advisors, por exemplo, distribua 1% para cada.

Vale destacar que um advisor acompanhará o fundador entre dois e quatro anos. Por isso, no futuro talvez seja necessário outros advisors para contribuir, afinal trata-se de um novo momento para a startup. Tudo isso dependerá das necessidades atuais de cada empresa e, com isso, aconselho não entregar toda porcentagem de uma vez. Em resumo, combinado não sai caro. 

E por fim, em estágios mais maduros, onde a startup está indo para novas rodadas de investimento e já está com mais dinheiro em caixa, o fundador pode optar por remunerar os advisors de forma financeira para não abrir mão de mais percentual no seu captable. 

Além disso, fica uma dica: deixe muito bem pautado o que você espera deste profissional, deixando assim tudo muito bem amarrado, mesmo que com um contrato básico. É muito importante não deixar este acordo no boca a boca, o famoso contrato verbal, independente se o advisor for alguém próximo.

Portanto, ter um advisor na sua startup agregará muito ao negócio, desde que protegendo seu captable e, respectivamente, sua próxima rodada de aporte, já que os investidores verão que você cedeu uma participação correta para as pessoas que contribuíram durante o caminho.

Pense nisso!