* Bruno Chan é CEO da Klavi
Atualmente, temos a nossa volta aplicativos, plataformas e soluções tecnológicas que possuem o objetivo de facilitar e/ou resolver os nossos problemas diários. Seja um banco digital, que revolucionou a experiência bancária, ou o e-commerce, que reduziu o tempo de entrega. Não é à toa que empresas como Nubank, Amazon, Instagram, Alipay e outras, vêm crescendo exponencialmente. Todas elas têm um denominador em comum: o foco na experiência.
Em um mundo onde seus potenciais clientes estão a apenas um clique de distância, a experiência do cliente se tornou o novo campo de batalha. De acordo com um levantamento realizado pela fornecedora de software de atendimento ao cliente, RightNow Technologies, 86% dos consumidores estão dispostos a pagar até 25% a mais para ter um atendimento melhor.
Essa é a razão pela qual grandes marcas como a Apple, Disney e Airbnb investem tanto na criação de grandes experiências. Isso permite que elas construam a fidelidade da marca através do serviço, além de saberem oferecer mais qualidade do que apenas quantidade.
É fato que hoje vivemos em um mundo onde a revolução tecnológica tem promovido grandes transformações. Esse fenômeno vem mudando a maneira como as pessoas encaram o espaço ao seu redor.
A revolução do Open Finance
Agora, esta revolução chega ao mundo financeiro de uma forma inédita, através da agenda de ‘dados abertos’ por meio do Open Finance que o Banco Central tem desenvolvido. O objetivo aqui é facilitar o compartilhamento de dados financeiros de pessoas entre instituições e, assim, aumentar a competitividade de empresas em serviços financeiros e melhorar a oferta de soluções para os usuários. Esse é o foco: a experiência do usuário, lembra?
Estas combinações de mais empresas oferecendo serviços financeiros e a facilidade para o compartilhamento de dados, com base nas normas da LGPD, cria uma oportunidade gigantesca para consumidores, empresas e o sistema como um todo.
Cada vez mais pessoas buscam serviços e praticidade longe da sede física de um determinado estabelecimento. Lojas de varejo, supermercados, restaurantes e diversos outros segmentos estão entrando neste jogo de oferecer esse tipo de atividade, o que faz impulsionar seus negócios, atrai novos públicos, facilita o dia a dia dos clientes, entre outros benefícios. O mesmo acontece com bancos, fintechs e outras empresas que atuam com serviços financeiros.
Para fazer parte do Open Finance, as instituições precisam superar uma série de desafios, que passam pela integração dos canais digitais, aspectos de governança, risco de fraudes e a compatibilidade dos elementos, além do data cleansing (limpeza dos dados), padronização e categorização dos dados compartilhados.
Esse sistema permite que as empresas conheçam, de fato, os seus clientes, desde como os indivíduos gastam seu dinheiro e descobrir preferências, até conhecer o fluxo de caixa e hábitos de consumo para, assim, indicar soluções personalizadas conforme a vontade e necessidade de cada um. Afinal, mais do que ter os dados, é preciso saber o que fazer com eles.
Outro ponto aqui é que agora os usuários passam a ter autonomia para decidir como, quando e com qual organização querem compartilhar os seus dados. O Open Finance aumenta vigorosamente o número de fontes de dados disponíveis. Ele inclui, por exemplo, transações em conta, informações sobre cartões, renda, operações de crédito entre outras. Ainda que ele esbarre em obstáculos, o cenário é promissor, visto que cria um número quase infinito de possibilidades e oferece mudança relevante para o futuro do mercado financeiro.