* Ivan Marques é CIO e cofundador da Sevensete
Uma vez ingressado no mercado, percebemos rapidamente a infinidade de processos existentes dentro de uma grande empresa e como isso impacta negativamente para que novas iniciativas aconteçam, visto que existe a necessidade de focar na gestão dos negócios e ainda falta a adesão da alta liderança.
Sob a perspectiva de como as startups proporcionam agilidade na criação de novos processos e como empresas tradicionais podem e devem implementar novas visões, para se manterem modernas e com crescimento diante dessas novas tendências, há a seguinte reflexão:
Que vantagens as startups oferecem às empresas tradicionais e como as grandes corporações podem combinar esses métodos com as práticas mais comuns?
Há algum tempo as empresas tradicionais aderem a movimentos como open innovation e digital transformation, mas ainda sofrem com o tamanho de suas estruturas, as complexidades de seus processos, a natureza dos negócios, entre outros aspectos.
Aprendendo com startups
A aproximação das startups para apoiar a inovação e transformação digital é uma forma ágil de criar e implementar soluções modernas que beneficiarão todo o ciclo de aprendizagem e execução. Além disso, empresas tradicionais costumavam ter cultura de processos orientados para seus produtos e serviços, mas têm recentemente percebido a importância de rever esse conceito para uma orientação voltada para seus clientes, coisa que as startups fazem muito bem!
Provavelmente a revolução 4.0 tem contribuído para isso. A forma com que a utilização de informações tem se tornado cada vez mais efetiva, apelidado de o “novo petróleo” (ou o “novo urânio”, quando trazido aspectos de LGPD), o dado agora é tratado como um ativo de altíssimo valor, em que empresas praticamente 100% digitais passam a ter os maiores valuations do planeta, sem sequer ter algum ativo tangível.
Ou seja, o poder de capturar, tratar, analisar e entender os dados, faz com que as empresas (tradicionais ou startups) sejam cada vez mais eficientes em suas decisões e transformações, pois passam de um modelo antigo de análises históricas mais simplistas de seus produtos e serviços para um modelo mais robusto de predição futura através do comportamento de seus consumidores. O conceito “data-driven”, em que a companhia é orientada a dados, passa não só a ser um diferencial, mas também uma questão de sobrevivência.
Portanto, é fundamental a cultura da inovação. Observar o movimento dos clientes, as tendências de mercado, os novos modelos de negócios que surgem, com velocidade para pivotar, liberdade para criar e acompanhar as gerações de novos consumidores que vem surgindo, são questões que não tem mais espaço para os modelos tradicionais de atuação das empresas. A prática da inovação sempre existiu, mas nunca foi tão falada. Isso porque a velocidade, a incerteza, a complexidade e a ambiguidade em que vivemos hoje (o famoso conceito VUCA) nos traz perguntas que nem sempre temos as respostas, mas é inovando que podemos arriscar visando obter as novas soluções que irão contribuir para a longevidade dos negócios.