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Artigo: Sem tecnologia adequada, boa ideia não se torna app de sucesso

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*Leandro Zanardi é diretor de tecnologia do SuperOpa

 

Todos nós usamos aplicativos, mas poucas pessoas entendem a complexidade da tecnologia por trás de uma plataforma digital. Um app começa sempre com uma boa ideia, uma solução inovadora para alguma demanda social. Mas isso não é o suficiente. Para transformar essa ideia em um projeto de sucesso, é preciso escolher com cuidado as ferramentas tecnológicas que viabilizarão o aplicativo, a começar pela infraestrutura necessária ao seu funcionamento.

Plataformas digitais que lidam com um grande volume de dados precisam, em geral, de servidores para armazenar e processar informações. Toda essa infraestrutura tem um custo elevado, o que pode impedir o surgimento de novos apps ou de serviços mais restritos a algum nicho. Por isso, hoje o mercado oferece soluções de arquitetura serverless (sem servidores), como é o caso da AWS (Amazon Web Services), que dá acesso a códigos especialistas e enxutos, de rápida manutenção e baixo custo.

No caso dos aplicativos de varejo, outro desafio a ser vencido é a integração entre vendedor e comprador. Quem planeja lançar um app precisa considerar a opção de construir APIs (application programming interfaces) e softwares middleware, ferramentas que se conectarão ao controle de estoque dos fornecedores, garantindo que cada produto oferecido pelo app estará, de fato, disponível aos usuários.

Ainda assim, pode haver discrepâncias. O ideal é permitir também que vendedores e clientes se comuniquem em tempo real, para acertar detalhes de cada transação ou para corrigir informações desatualizadas. A AWS oferece bancos de dados como o DynamoDB e o Neptune que permitem orquestrar esse fluxo de informações. É importante também implementar um software de retaguarda, para que o time de operações do aplicativo possa monitorar cada pedido, oferecendo suporte aos clientes quando necessário.

Automatização e engenharia digital

Uma boa engenharia digital aplicada ao varejo ajuda até a superar a concorrência. Por meio de ferramentas de ETL (extract transform load), uma empresa pode reunir, organizar e comparar preços praticados pelos demais estabelecimentos, garantindo que o seu cliente sempre encontre condições mais vantajosas.

A automatização desse processo é desejável porque permite apresentar ofertas atraentes ao perfil de cada cliente, baseando-se, por exemplo, no histórico de compras. O contato com o usuário também pode ser personalizado de acordo com sua geolocalização, levando em conta variáveis como disponibilidade de produtos em cada região, posição dos entregadores, presença de empresas parceiras, variações regionais de preços e assim por diante.

Por fim, todo aplicativo precisa ter uma estratégia de crescimento. Com o aumento do fluxo de negociações e o volume de dados dos consumidores, os desafios do time de programação se tornam cada vez mais complexos.

O ideal é que a tecnologia de implementação de um app seja escalável, para que o crescimento da empresa não implique em reestruturar toda a operação, para adequá-la ao novo patamar de negócios.

Nesse sentido, a arquitetura serverless oferece uma vantagem, pois seu custo de manutenção aumenta de acordo com o número de acessos e pedidos em cada app. Outra estratégia é lançar as plataformas digitais em sua versão mais simples, seguindo o princípio do MVP (minimun viable product). Isso permite desenvolver e complexificar cada operação aos poucos, incorporando aquele aprendizado que só o contato real com os clientes pode oferecer. A construção de um negócio digital a partir de um MVP também permite corrigir acidentes de percurso sem grandes dificuldades.

Quem deseja construir um negócio digital precisa levar em consideração questões como essas. O mercado de aplicativos é um dos que mais cresce no Brasil e no mundo, oferecendo grandes oportunidades de inovação e desenvolvimento profissional. No entanto, é preciso estar atento à complexidade tecnológica que sustenta o funcionamento de cada app. Um planejamento técnico e uma boa engenharia de dados podem ser a diferença entre o sucesso e o fracasso de um serviço virtual.

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