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* Fernando Trota é co-fundador e CEO da Triven

A redução dos investimentos no ecossistema de inovação e tecnologia já é uma realidade e, embora o cenário pareça assustador, podemos ver este momento como um amadurecimento do venture capital no Brasil. Precisamos considerar que a essência do mercado de inovação sempre esteve vinculada a um propósito de mudar o mundo e a forma como as pessoas se relacionam com o consumo de determinados produtos, buscando a disrupção. A premissa do venture sempre foi de investir nessas grandes iniciativas de inovação.

Nos últimos anos, com o aquecimento desse mercado e muito investimento disponível, vimos muitos investidores e empreendedores atraídos apenas pelo aspecto financeiro do negócio, o que é importante, mas o resultado foi a criação de soluções pouco inovadoras. Agora, os investidores podem estar mais comedidos, mas ainda existem oportunidades para as startups. E as mudanças no mercado de venture capital vão trazer uma espécie de seleção natural dos empreendedores e um pouco da volta às origens do ecossistema de inovação.

Então, apesar da apreensão que o momento causa em todos que fazem parte do setor, este é um momento de virada de ciclo e um processo de amadurecimento que pode ser positivo. Porém, as mudanças no mercado apontam que founders e gestores precisam estar atentos não somente ao valuation, mas também aos termos estabelecidos durante a rodada de investimento.

Estes devem ser interessantes para a startup, que precisa evitar situações de liquidation preference com múltiplos atrelados, com travas e vetos que possam vir a prejudicar a empresa no futuro. É preciso também ter respeito ao dinheiro. Isso quer dizer: saber onde gastar e da forma correta para obter resultados. Não adianta ter muito dinheiro para usar e não ter planejamento.

Por vezes, pode se fazer necessário dar um passo atrás, resetando múltiplos e posições, pois o mesmo dinheiro precisa render muito mais. É urgente a necessidade de calcular e entender o real uso do recurso para fins de crescimento da startup. Deve-se olhar para cada projeto e somente dar passos tendo em vista o conceito de “custo produtivo”, gastando somente no que vai gerar receitas a curto a médio prazo, determinando prioridades de acordo com esse critério. Afinal, existem muitos projetos que merecem ser continuados, mas sem gerar necessária e rapidamente um unicórnio.

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