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* Rogério Santos é um dos fundadores da UBlink

Com a febre das discussões sobre o Chat GPT, vieram à tona conversas sobre de que formas a inteligência artificial (IA) pode ser uma ferramenta valiosa para a indústria imobiliária, proporcionando diversas possibilidades de automação e melhoria dos processos de trabalho. Ao mesmo tempo, surgiram os questionamentos se essa tecnologia pode ameaçar a profissão de corretor de imóveis.

Vamos avaliar, então, qual o potencial de transformação da indústria imobiliária pela inteligência artificial e se os profissionais de corretagem têm motivos reais para se preocupar.

As mudanças trazidas pela IA já começam a afetar o setor de várias formas, incluindo a possibilidade de automatizar algumas das tarefas realizadas por quem cuida da intermediação de imóveis. No entanto, é improvável que a substituição desses profissionais seja completa. Pelo menos, não no curto e médio prazos.

Um corretor desempenha uma série de funções importantes, desde a pesquisa e análise de mercado até a negociação de preços, e muitos desses papéis exigem habilidades que ainda não podem ser replicadas pelo mecanismo de funcionamento dos computadores.

A compra ou venda de uma propriedade envolve, além de volume expressivo de recursos, diversas emoções na tomada de decisão pelo cliente. Não se trata apenas da aquisição de um bem, mas da combinação de sonhos, inseguranças, dúvidas, expectativas e medos.

Assim, para ser completo e suficiente, o suporte oferecido pelo corretor precisa incluir um toque humano e uma abordagem personalizada, competências que extrapolam o que a inteligência artificial oferece.

Se a emoção é um fator fundamental na decisão de compra de um imóvel, principalmente quando a intenção é fazer da propriedade a moradia, a aquisição é influenciada também por informações sobre a região, como potencial de valorização ou desvalorização, e índices de violência. Ao tornar disponíveis dados de mercado, a IA ajuda os corretores a serem mais eficientes em seu trabalho.

O papel da inteligência artificial

A partir da análise de dados e do aprendizado de máquina (machine learning), com identificação de tendências e padrões do mercado imobiliário – como preço médio na região, histórico de variação dos valores e perfil de compradores e vendedores –, a inteligência artificial contribui para os profissionais tomarem decisões mais subsidiadas e aconselharem melhor seus clientes.

Soma-se a isso a possibilidade de tarefas administrativas ficarem a cargo de chatbots e de outras ferramentas de automação, assim como respostas automáticas a comunicações simples, permitindo que os agentes de corretagem se concentrem em trabalhar com compradores, vendedores, locadores e locatários, e em fechar negócios.

Em síntese, a inteligência artificial se mostra uma ferramenta valiosa que pode ajudar a transformar a indústria imobiliária. O que considero improvável é que, pelo menos por agora, a IA substitua, completamente, os corretores.

Ainda há muitos aspectos do processo de compra e venda de propriedades que exigem o conhecimento e a experiência de quem atua na intermediação imobiliária, como a avaliação das características do bem, o entendimento do que o cliente realmente quer, a negociação de preços, a elaboração de contratos e a orientação jurídica. Na UBlink, o suporte ao cliente continua no pós-chaves – que máquina seria capaz de oferecer tanto cuidado?

Mas se a experiência humana segue fundamental no processo, os para se manter competitivos e para atender às necessidades dos clientes, os profissionais precisam se adaptar à nova realidade e ver a tecnologia como aliada em seu trabalho. A capacidade de entender e utilizar os recursos tecnológicos, buscando treinamentos e reciclagem de conhecimentos, se faz cada vez mais importante no setor.

Não se trata, aqui, de afirmar que os corretores estão próximos da extinção e, sim, de reforçar a importância da atualização de conhecimentos e da adaptação às novas ferramentas e interfaces para que possam acompanhar a evolução da própria profissão.

A capacidade de relacionamento com os clientes e de entendimento de suas necessidades continuará a ser uma habilidade valiosa no mercado imobiliário, independentemente da tecnologia, principalmente quando se trata dos segmentos de luxo e de alto padrão. Mas o novo mundo que se desenha pede uma nova postura dos profissionais do setor, assim como de outras áreas.

E, você, já parou pra pensar como a inteligência artificial já está afetando e pode impactar, ainda mais, a sua vida?

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