* Vinicius Cordoni é CEO do Grupo VCRP Brasil
Em 2021, Charles Manning, fundador e CEO da plataforma de ferramentas de medição e segmentação para profissionais de marketing Kochava, causou sensação durante o Web Summit, em Lisboa. Na época, sua palestra convidava os presentes: meça tudo. Agora, em 2022, ele voltou ao palco para detalhar a recomendação. Afinal, como se mede tudo, sem perder o foco nem estourar o orçamento?
Manning se apresentou no começo da tarde do segundo dia do evento, que reúne nomes gigantes do mercado de tech, marketing e inovação. Ele realmente foi além. Apresentou ferramentas e estratégias para navegar no oceano de dados, sem naufragar nem perder o rumo. Não é possível alcançar este objetivo sem tecnologia: é ela que agiliza e leva inteligência para as análises.
A tecnologia também transformou os modelos tradicionais de monetização em mídias. Nicholas Johnston, publisher da Axios, Joy Robins, diretora de receita do Washington Post, e Wes Kaplan, CEO da Cointelegraph, debateram caminhos para o futuro do jornalismo. Também eles passam pela capacidade de medir e extrair insights de dados.
Sem surpresas, François-Xavier Pierrel, Group Chief Data Officer da JCDecaux mergulhou no valor de manter times especializados em analytics para colocar os dados no coração das companhias, de forma que eles estejam acessíveis para o maior número de pessoas possível. Este é o segredo da melhoria no desempenho.
Resiliência é a palavra-chave
Quando se trata de desempenho, resiliência é a palavra-chave. E ela está apoiada em bem-estar físico e psicológico – que, num ambiente coletivo como o corporativo, pode ser construído e fortalecido em conjunto, com apoio das lideranças. Esta foi a pauta de Jan Bruce e Rosemarie Ryan, CEOs das consultorias meQ e da co:collective, retrospectivamente.
A tecnologia pode contribuir para que esta missão seja alcançada. Como a própria meQ descobriu ao entrevistar 3.900 profissionais em julho, o trabalho híbrido contribui para a satisfação dos colaboradores: aqueles que atuam exclusivamente nos escritórios são 56% mais propensos a afirmar que é comum que pessoas se sintam rejeitadas por serem diferentes, e 36% consideram difícil pedir ajuda a colegas.
Já quem atua parte do tempo em casa tem 10% mais chances de afirmar que seus gerentes cuidam de sua qualidade de vida. E são essas companhias que têm maiores chances de crescer, elas argumentam.
Aliás, não é possível construir uma marca sólida apenas com base em ações de marketing. A experiência do consumidor é decisiva e confirma para o público que a empresa pratica o que prega, como defenderam Dan Gardner, cofundador da Code and Theory, e Tom Loretan, SVP da Comcast NBCU.
Scott Ernst, CEO da Drift, Jamie Domenici, CMO da GoTo, e Olivia Morley, repórter da Adweek, também fizeram uma imersão no valor das tecnologias, em especial a Inteligência Artificial, para entregar a melhor experiência para o consumidor, fluida e cheia de significado. Eles também deixaram claro: o segredo está no melhor uso dos dados.