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Como o acesso à educação financeira auxilia mulheres no empreendedorismo

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* Gabriela Chaves é fundadora e CEO da NoFront

Quem afirma que as mulheres são descontroladas com dinheiro, certamente não conhece a realidade dos 34,4 milhões de lares que são chefiados por elas no Brasil — o número corresponde a quase metade das famílias brasileiras. O dado consta no levantamento da consultoria IDados, realizado com base nos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021. 

Em um cenário de elevada inflação e estagnação econômica, a organização financeira é de extrema importância. Isso porque, as mulheres são as mais afetadas por ambos os processos. No caso da inflação, elas são altamente impactadas porque destinam a maior parte da sua renda para o consumo de produtos básicos, como alimentos – os quais sofreram um alto impacto da inflação. De acordo com o número medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os alimentos e bebidas subiram 11,64%, em 2022. 

Além disso, segundo o levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a renda média do trabalho da família, no terceiro trimestre de 2022, nos domicílios monoparentais com chefia feminina, registraram os menores valores – o correspondente a R$ 2.833. Portanto, com uma renda menor, o desafio diário é administrar a renda, ganhando pouco.

Em relação à estagnação econômica, há um aumento nas taxas de desemprego e os dados demonstram que as mulheres são as mais afetadas nas demissões e nos recentes layoffs em empresas de tecnologia. Segundo o relatório do Layoffs Brasil, banco de dados que acompanha os desligamentos em massa nas companhias do país, 32 empresas do setor realizaram cortes em seus times em fevereiro deste ano, sendo 59% mulheres atingidas e 38% homens.

Protagonismo e autonomia

Nesse sentido, pensar em educação financeira para mulheres significa oferecer uma ferramenta de protagonismo e autonomia, pois é a partir deste conhecimento que essa parcela da sociedade pode aprender a gerir a sua renda e acessar o universo do empreendedorismo. E aqui entra uma questão muito importante: não é raro encontrar mulheres comerciantes e prestadoras de serviços. De acordo com o levantamento realizado pelo Sebrae, com dados do IBGE, 10,3 milhões de mulheres eram donas de negócios no país, no terceiro trimestre de 2022.

No entanto, quando o assunto é empreendedorismo e inovação, o debate é dominado majoritariamente por homens. Desta forma, a educação financeira tem um papel fundamental na instrumentalização das mulheres, para que elas acessem o mundo do empreendedorismo e fortaleçam seus próprios negócios, tornando-se empresárias de sucesso.

Por isso, é fundamental que elas tenham conhecimento sobre precificação de produtos, gestão financeira do negócio, principalmente,  separando as contas domésticas dos gastos da empresa, além de estratégias que auxiliem a instituição na rentabilidade. Dessa forma, é possível ter bons resultados no universo do empreendedorismo.

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