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Como o mercado está olhando para as startups de Web3?

Apesar do contexto desfavorável, as startups, especialmente voltadas ao mercado cripto, podem estar diante de uma grande retomada

Foto: Canva
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*Fabiano Nagamatu é CEO da Osten Moove

Após o boom das startups, hoje o mercado sofre uma desaceleração nas mais diversas áreas. De acordo com um estudo do Distrito, as startups brasileiras captaram US$ 4,45 bilhões em 2022. O número representa uma queda de 54,5%, em comparação com o volume recorde de US$ 9,7 bilhões registrado em 2021.

Vivemos tempos de grandes layoffs. Empresas que anteriormente estavam crescendo e contratando, agora, seguem cortando colaboradores. O gigante da tecnologia Google, por exemplo, anunciou o desligamento de 12 mil colaboradores em todo o mundo. Startups também e, infelizmente, até os bancos digitais estão demitindo. É o caso, do PagBank, que demitiu cerca de 7% do seu quadro de trabalhadores.

O cenário reflete toda a situação global pós-pandemia, ao que também se soma a inflação, em níveis que muitos europeus e americanos nunca viram anteriormente. Para conter a inflação, os bancos centrais aumentaram as taxas de juros. No Brasil, por exemplo, a Selic chegou a 13,75% — um crescimento de mais de dez pontos percentuais em menos de um ano.

Casos como o do Silicon Valley Bank (SVB), que tinha como principal objetivo fornecer financiamento para startups e empresas de tecnologia, também contribuem para a desaceleração. Os reguladores financeiros dos Estados Unidos fecharam o SVB no dia 10 de março após o banco sofrer um colapso, marcando a segunda maior falência de um banco na história norte-americana – a maior desde a crise de 2008.

Nessa toada, também podemos citar a queda da FTX, segunda maior corretora de criptomoedas do mundo, cujo colapso pegou investidores de surpresa e representou a grande falência corporativa mais rápida da história dos Estados Unidos.

Oportunidade de crescimento

São tempos de alerta. Mas por outro lado, todo desafio é uma oportunidade de crescimento. Apesar do contexto desfavorável, os problemas nos tiram da zona de conforto e as startups, especialmente voltadas para o mercado cripto, podem estar diante de uma grande retomada.

O melhor investimento em janeiro deste ano não foram as ações, renda fixa, imóveis ou ouro: o título ficou com o bitcoin. Depois de um ano de forte correção, a criptomoeda mais famosa do mundo voltou com tudo em 2023. O período trouxe uma valorização de quase 40% no bolso dos seus investidores.

A alta pode ficar ainda maior daqui para frente: segundo projeções do mercado, a moeda pode atingir o patamar de US$ 87 mil ainda em 2023. O entusiasta de criptos Tim Draper compartilhou uma projeção ainda mais otimista para o bitcoin. Ele acredita que, até o fim de 2023, haverá uma valorização intensa, chegando à casa dos US$ 250 mil, pela primeira vez na história.

Além disso, os formatos das startups Web3 ultrapassam os investimentos tradicionais, como ações e suas variáveis (mútuos conversíveis, SAFEs, etc.), e realizam captações por meio da venda de tokens de suas aplicações, ampliando ainda mais as possibilidades.

Essas perspectivas trazem um input importante no mercado de startup de Web3 e, sem dúvidas, vale a pena que as empresas desenvolvedoras de soluções para este setor aproveitem para se preparar para o aquecimento previsto e, consequentemente, para a retomada dos lançamentos de plataformas com rodadas de investimentos.

Por enquanto, os aportes devem começar mais baixos, o que é um terreno fértil para startups iniciantes, as chamadas early stages, por exemplo. Mas o mais importante é seguir acompanhando as tendências e saber quais são os desafios que impulsionam o desenvolvimento de inovações.