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Crédito na mira de empresas que usam tecnologia para a inclusão financeira

Saiba mais sobre como empresas de Score de Crédito estão democratizando o acesso da população a serviços financeiros

Foto: Canva
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*Carey Anderson é CEO da 1datapipe

“Nome sujo”. Esta condição é um grande inconveniente para os consumidores brasileiros, fazendo com que bancos ou empresas bloqueiem o acesso a uma variedade de serviços financeiros. No entanto, tenho certeza de que você conhece alguém com boa saúde financeira e ainda assim não consegue aprovação de crédito ou aumento de limite do banco.

A economia do país perde milhões de Reais a cada ano devido à ineficiência das ferramentas de análise de crédito que, por serem mais conhecidas ou tradicionais, já estão enraizadas no mercado. Mas o que outras empresas estão fazendo para essa inclusão financeira e melhoria na economia?

É nessa lacuna que as empresas de tecnologia estão mirando, buscando circular o sistema financeiro e promover a inclusão. O crescimento econômico em curso no Brasil enfrenta desafios, levando o governo a buscar soluções por meio de incentivos destinados a melhorar o acesso ao crédito para a população. Além de simplesmente facilitar o acesso ao crédito, acredito que há outro aspecto crucial que os bancos podem estar negligenciando: a inclusão financeira de populações sub-bancarizadas. Ao estender serviços a esses grupos demográficos, a economia pode dar um salto significativo, de 4-5% do PIB até 2025.

Há mais de 35,3 milhões de pessoas com “nome limpo” mas que têm um histórico de crédito insuficiente ou nem mesmo constam no bureau de crédito, não sendo analisadas corretamente pelo chamado Score de Crédito, e é isso que as fintechs e outras startups estão aproveitando. Foi diante desse cenário que surgiu a ideia e a necessidade de fundar a 1datapipe.

Observando histórias de pessoas que poderiam estar financiando seus bens, injetando dinheiro na economia e fortalecendo o comércio de seus países. Outros exemplos mais populares de empresas são as criadoras de aplicativos de controle de gastos, que hoje já oferecem análise de cartões de crédito e conectam os consumidores diretamente aos serviços bancários. Outras fintechs utilizam inteligência artificial para analisar fatores financeiros para conceder empréstimos pessoais.

Cada instituição financeira emprega métodos distintos de análise do cliente para facilitar a prestação de serviços financeiros. Esses processos são vitais para proteger os interesses tanto dos clientes quanto das instituições, garantindo que os clientes possam cumprir suas obrigações ao utilizar serviços específicos. No entanto, a população sub-bancarizada carece de acesso a sistemas modernos e atualizados, incluindo inteligência artificial, que poderiam realizar análises abrangentes de seus perfis financeiros. Tais ferramentas, fora dos monopólios mantidos por bancos ou instituições financeiras, são essenciais para garantir acesso total ao potencial de crédito de cada perfil para utilizar serviços financeiros.

Além disso, as instituições financeiras devem adotar uma abordagem mais proativa, prestando mais atenção ao público sub-bancarizado. Isso inclui educá-los sobre a variedade de serviços disponíveis e incentivar sua utilização, especialmente diante das apreensões persistentes dentro desse grupo.

Devido à falta de educação financeira adequada no Brasil, muitos cidadãos demonstram interesse limitado em gerenciar dinheiro, investir e utilizar diversos serviços financeiros que poderiam ampliar significativamente suas perspectivas de vida. Apesar de possuírem excelentes scores de crédito, foram observadas inúmeras situações em que pessoas se abstêm de buscar quaisquer oportunidades financeiras, contentando-se apenas em explorar o mínimo disponível para elas.

Diante da necessidade atual de proporcionar acesso geral ao crédito sem expor os bancos ao risco de maus negócios, as principais instituições financeiras, agências e empresas de tecnologia financeira devem abraçar a IA como aliada estratégica na consecução dos objetivos delineados no plano presidencial.

A população sub-bancarizada abriga um imenso potencial econômico. A jornada rumo à inclusão financeira não é apenas uma empreitada tecnológica, mas um imperativo social. Ao aproveitarmos o poder da inovação, podemos derrubar barreiras à participação econômica, promovendo assim uma economia mais inclusiva e resiliente para todos.