*Tania Gomes é diretora de Inovação do Ibrawork
A inovação só existe quando gera valor. É assim que ela pode ser entendida como um diferencial competitivo para empresas de todos os tamanhos. Mas, a capacidade de inovar vem exigindo cada vez mais que o empreendedor saia da zona de conforto, aproveite os interesses do mercado-alvo e crie tendências ou soluções que sejam capazes de transformar a experiência dos clientes de forma positiva. Parece fácil, mas na prática, se diferenciar para atrair e reter clientes exige a adoção de uma cultura inovadora em todas as esferas do negócio.
Nos últimos anos, temos visto diversas marcas surgindo e ganhando mercado por conta da sua capacidade de inovar. O ecossistema de startups, por vocação, é um fomentador natural dessas soluções. No entanto, é necessário lembrar que a inovação não está presente em todos os negócios, pelo contrário, é uma mudança cultural que precisa ser desenvolvida com capacitação, informação, fomento e apoio.
Inovação nada mais é do que criar algo que tenha utilidade, que seja diferente do que já existe e tenha mercado, pois a inovação precisa gerar lucros, além de estar relacionada com a criação de soluções ou quebra de padrões. Podemos dizer que a inovação pode representar tanto a elaboração de um modelo de negócio e serviços, como também o desenvolvimento de novos produtos para problemas recorrentes do público-alvo.
Com os avanços tecnológicos algumas tendências se inserem no cenário mundial de inovação, como é o caso da criação e o uso de softwares em nuvem para o gerenciamento de equipes e atendimento ao público, além dos novos espaços de trabalho em grupo, que incentivam a criatividade e contato com outros profissionais, como os coworkings; ou, ainda, a produção de soluções para o desenvolvimento de cidades inteligentes.
Empreendedorismo e inovação são como dois lados de uma mesma moeda, que se estiver parada não tem valor algum. Para empreender é preciso ter espaço para criar, colocar ideias em prática e, de fato, inovar. Nenhuma empresa que fique “parada no tempo” poderá se sustentar a longo prazo e continuar crescendo no mercado. Basta observar alguns empreendimentos que foram atingidos por novas tecnologias, como as locadoras de vídeos, que foram disseminadas com os serviços de streaming e assinaturas online.
O preço da inovação
O paradoxo de que a inovação é cara ainda pode ser ouvido pelos corredores, principalmente das pequenas e médias empresas. Mas, será mesmo?
Por um lado, a inovação pode envolver a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias, aquisição de equipamentos avançados, contratação de especialistas, testes extensivos e outros investimentos financeiros substanciais.
Por outro lado, a inovação não está necessariamente ligada a grandes investimentos monetários. Muitas vezes, a inovação está relacionada a mudanças de mindset, adoção de práticas mais eficientes, utilização de recursos existentes de forma criativa e busca por soluções alternativas. Existem casos em que a inovação surge de ideias simples, porém impactantes, que não exigem altos investimentos financeiros. Portanto, o custo da inovação pode variar dependendo da abordagem.
Podemos observar essa mudança com a chegada das fintechs, que impactaram o mercado tradicional e assustaram grandes bancos. Em dado momento, as próprias instituições financeiras entenderam que teriam que mudar sua forma de atuação e passaram a desenvolver alguns serviços com os mesmos princípios das startups, participar mais ativamente como CVCs ou até propor M&A a essas soluções.
Isso só nos mostra que observar o comportamento do consumidor é o primeiro passo para quem quer inovar. O empreendedor precisa estar atento sobre quais são as necessidades e os interesses do seu público.