*Daniel Lozano García é CFO da Koin
No Brasil, muitas famílias e pessoas estão enfrentando dificuldades financeiras devido à falta de pagamento de suas dívidas. Isso acontece porque muitos estão se endividando cada vez mais e não possuem conhecimento suficiente sobre como lidar com seu dinheiro.
De acordo com uma pesquisa recente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cerca de 78,3% das famílias estão endividadas, sendo que 29,1% delas estão com dívidas atrasadas e 11% não têm condições de pagá-las. Esse alto nível de endividamento é resultado do acúmulo de despesas do início do ano, somadas aos gastos do final do ano anterior.
Esses números mostram que muitas pessoas não têm conhecimento suficiente sobre planejamento financeiro adequado, além de enfrentarem dificuldades para acessar serviços bancários tradicionais e lidar com a burocracia, o que contribui para essa situação preocupante.
Por muitos anos, os brasileiros enfrentaram problemas com o sistema financeiro, como filas longas, burocracia, taxas altas e atendimento impessoal. A falta de transparência e a dificuldade em obter serviços financeiros eram obstáculos difíceis de superar.
No entanto, há mais de 10 anos, essa realidade começou a mudar com o surgimento das primeiras fintechs no país. Essas startups de soluções financeiras se apresentaram como alternativas aos bancos tradicionais, oferecendo serviços financeiros rápidos, acessíveis e personalizados. Elas tinham o objetivo de transformar a maneira como os brasileiros lidavam com seu dinheiro, simplificando processos, eliminando burocracias e capacitando as pessoas a terem mais controle sobre suas finanças, baseando suas decisões em dados.
Com o avanço da tecnologia e o desafio constante das fintechs às normas estabelecidas, espera-se que o setor financeiro no Brasil continue a se transformar, trazendo cada vez mais benefícios para os consumidores. A era das fintechs trouxe uma nova perspectiva sobre como lidamos com o dinheiro, proporcionando uma experiência financeira mais empoderadora, acessível e adaptada às necessidades individuais.
O papel das fintechs
As fintechs desempenham um papel importante na educação financeira, promovendo transparência e simplicidade. Além de oferecerem serviços financeiros, essas startups também se dedicam a fornecer conhecimento aos usuários. Por meio de aplicativos e plataformas digitais, elas disponibilizam informações claras sobre gastos, permitindo que as pessoas entendam melhor como estão utilizando seu dinheiro. Isso ajuda a identificar gastos desnecessários, ajustar o orçamento e estabelecer bases sólidas para uma vida financeira saudável.
Como dissemos previamente, no Brasil, muitas pessoas estão presas em um ciclo de dívidas e falta de capacidade de pagamento. No entanto, é possível superar esses obstáculos e seguir um caminho diferente. A tecnologia aliada ao conhecimento financeiro oferece soluções personalizadas, adaptadas a cada usuário, seja um investidor iniciante, um empreendedor em busca de crédito ou alguém que queira gerenciar seu dinheiro de forma mais eficiente.
À medida que os brasileiros adquirem habilidades financeiras e aprendem a lidar com o dinheiro de forma consciente, ocorre uma transformação na economia como um todo. Pequenos e médios varejistas têm a oportunidade de ampliar sua oferta de produtos, serviços e métodos de pagamento, impulsionando o consumo e promovendo um crescimento sustentável. É um ciclo virtuoso em que todos saem ganhando: clientes, empresas, economia e, é claro, o país.
A pergunta que surge é: os brasileiros estão prontos para uma nova abordagem em relação ao dinheiro, liberando-se do endividamento e da inadimplência? É preciso abrir os olhos para um novo horizonte, abraçar a revolução constante promovida pelas fintechs e descobrir o poder de transformar a vida financeira de maneira consciente. Trata-se sempre de uma escolha: continuar preso a um sistema desatualizado ou seguir em direção à liberdade e a novas possibilidades. O momento é agora!