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IA e o capital intelectual na construção do venture capital do futuro

Inteligência artificial. Foto: Canva
Inteligência artificial. Foto: Canva

*Por Diego Bertolin, Head of Investments na KPTL

A inteligência artificial é pop. A inteligência artificial é tech. E está onde você procurar. A cada dia que abro o LinkedIn, WhatsApp ou qualquer publicação digital, vejo alguém fazendo referência a ela.

A inteligência artificial é um grande evento de transformação tecnológica, similar ao da criação e disseminação da internet. Se você ainda não teve sua atividade influenciada ou transformada de alguma forma pela IA, saiba que em algum momento terá.

No mundo do venture capital, não é diferente. Segundo estudo State of Venture Q2 24, feito pela CB Insights, a inteligência artificial alcançou cerca de 35% dos investimentos de VC no segundo trimestre deste ano, representando um investimento de US$ 23,2 bilhões.

A IA é o grande hype. Mas aí, pergunto: Na era da inteligência artificial, qual é a importância do capital humano para o venture capital?

Desde sempre, os três fatores mais importantes para um VC em um investimento early stage são, em primeiro, segundo e terceiros lugares, time. Mesmo na era da inteligência artificial, acredito que os fatores continuarão os mesmos, inclusive na mesma ordem.

Em setembro, Paul Graham, co-fundador da Y Combinator, publicou um “ensaio” intitulado “Founder Mode”. Apesar da inteligência artificial, Graham afirma que existem duas maneiras diferentes para se tocar uma empresa: Modo Fundador e Modo Executivo.

No Fundador, forma de liderança do negócio criada, desenhada e tocada pelos fundadores, a inteligência artificial só observa. Esse modo é como as grandes empresas de tech tocam seus negócios. Pode incluir inteligência artificial nessa.

O fundador permanece intensamente envolvido nas operações e decisões, mesmo à medida que a empresa cresce. A interação entre inteligência artificial e fundadores dependerá de como decidirão usar a tecnologia. Aqueles que decidirem usar a IA como complemento para o pensamento crítico e estratégico poderão ter suas habilidades multiplicadas. Já os que delegarem completamente o pensamento crítico e inovador para a IA, poderão se tornar líderes sem profundidade.

O fato é que a inteligência artificial, ainda que viva época dourada, terá que conviver com esses grandes fundadores de startups. Mesmo que a tecnologia auxilie de alguma forma, a perspectiva particular, o entendimento profundo do problema e o ato inspirador não serão substituídos pela IA. Fundadores importam. E a inteligência artificial deve ser aliada.