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Investimentos em inovação movimentam a economia

Foto: Canva
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* Diogo Catão é CEO da Dome Ventures

Quando se fala em uma perspectiva mundial, o investimento em empreender é visto com muita importância, tanto no setor público como no setor privado. No Brasil, não é diferente. O desenvolvimento da área necessita tanto de iniciativas privadas quanto de políticas públicas para incentivar empresas a ousarem e apostarem em inovação. Assim, essas companhias podem estimular a criação de outras soluções.  

Esse é o ciclo ideal de evolução e competitividade que o nosso país precisa. A importância do investimento em inovação é, principalmente, gerar competição empresarial a nível regional, nacional e internacional.  

O setor público deve fomentar esse ecossistema para que surjam sempre novos empreendedores, novas startups e novas soluções que otimizem a sociedade. Destaco que, quanto maior o risco, mais a iniciativa privada tende a se afastar, por isso o setor público deve realizar uma subversão econômica, suprindo esse recuo do setor privado.  

Há diversas áreas que precisam de investimentos e que o setor privado não atende. Sendo assim, as políticas públicas e o investimento do governo na área são primordiais para o arrojo do empreendedorismo, da inovação e da tecnologia. 

Uma sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ao longo de 2020, mostrou que 90% das empresas não usam recursos do setor público. Ou seja, muitos investimentos em startups são viabilizados pela iniciativa privada. Apenas 10% dos empreendedores utilizam financiamento público, de pesquisa e desenvolvimento, que geralmente está associado à Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), ao Ministério da Ciência e Tecnologia, entre outros meios. 

Papeis dos setores público e privado

Por isso, a importância do setor privado é enorme dentro do ecossistema, inclusive para custear o risco tecnológico que o empreendedor não conseguiria arcar sozinho. Esse investimento pode acontecer de duas maneiras: de forma direta, de pessoa física para empresa, e de forma indireta, por meio de venture capital e private equity – empresas constituídas por investidores que injetam volumes maiores nas organizações para que possam crescer de forma sustentável.  

Já o setor público proporciona o crescimento da economia por meio da disponibilização de recursos de forma eficiente e estruturada, para que o empreendedor possa investir na sua capacidade produtiva visando ao desenvolvimento da sociedade como um todo, à redução da desigualdade, ao bem-estar, sempre por meio das linhas de pesquisa e de desenvolvimento. Aqui a inovação no setor de negócios e no setor social são as principais vantagens envolvidas.  

Uma govtech que presta solução para uma prefeitura, por exemplo, beneficia a sociedade por meio de uma gestão mais ágil, favorecendo principalmente o atendimento. Já as soluções que buscam melhorar o acesso à saúde e à educação, abordar a desigualdade de gênero, os impactos ambientais, entre outros pontos, tendem a trabalhar de forma mais direta no foco social. 

Fato é: o Brasil precisa investir nesses dois âmbitos para que cada vez mais a sociedade ganhe com soluções tecnológicas aplicáveis e replicáveis.