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Liderança tech: como CTOs podem impulsionar crescimento e inovação

Veja como a transformação digital e a IA estão moldando o futuro da liderança tecnológica. Confira o artigo de Fábio Rios, do Brivia_Group

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Quais são os principais desafios que diretores de tecnologia (CTOs) de grandes organizações terão nos próximos anos? | Foto: Canva
Quais são os principais desafios que diretores de tecnologia (CTOs) de grandes organizações terão nos próximos anos? | Foto: Canva

*Por Fábio Rios, CMO do Brivia Group

Embora os olhos se voltem para o SXSW quando se fala em inovação no mês de março, outro importante evento, de tecnologia, ocorre na mesma época em Grapevine, no Texas, EUA: o Gartner Tech Growth & Innovation Conference, uma espécie de kick-off do Gartner para provedores de tecnologia do mundo todo. São palestras, roundtables, one-on-one, almoços, jantares e múltiplos espaços para networking.

Estive por lá numa programação intensa – e que apontou os principais desafios que diretores de tecnologia (CTOs) de grandes organizações terão nos próximos anos. Independentemente do setor de atuação, as dores principais giram em torno de dois temas centrais: a necessidade de liderar a transformação digital em um cenário de rápida evolução da tecnologia e a importância de colocar o cliente no centro das decisões.

Liderando a transformação digital

CTOs enfrentam o desafio de navegar em um ambiente em constante mudança, impulsionado por tecnologias disruptivas como a Inteligência Artificial (IA) generativa. A IA não é apenas uma ferramenta, mas uma nova forma de fazer negócios, exigindo que os profissionais da área de tecnologia repensem suas estratégias e preparem suas organizações para um futuro de automação inteligente e ação autônoma. Isso implica em:

Adoção estratégica da IA: líderes da área de tecnologia devem liderar a adoção da IA de forma gradual e estratégica, priorizando casos de uso que agreguem valor ao negócio e seguindo um framework que permita melhorar a eficiência interna, impulsionar o crescimento e buscar inovação disruptiva.

Orquestração de agentes de IA: a implementação de uma arquitetura de múltiplos agentes de IA, que possam interagir com funcionários, clientes e parceiros, é essencial para aproveitar todo o potencial dessa tecnologia.

Gestão de dados: os dados são o combustível da IA, e os CTOs precisam garantir que suas empresas tenham a capacidade de coletar, armazenar, processar e analisar grandes volumes de informação de forma eficiente e ética. Isso inclui a adoção de dados sintéticos para preencher lacunas e garantir a privacidade.

Desenvolvimento de talentos: a transformação digital exige novas habilidades e conhecimentos. Diretores de tecnologia devem investir no desenvolvimento de seus funcionários, preparando-os para trabalhar em colaboração com a IA e para lidar com as mudanças no mercado de trabalho.

Cliente no centro das decisões dos CTOs

Além de liderar a transformação digital, CTOs também precisam garantir que a tecnologia seja usada para melhorar a experiência e impulsionar o sucesso do cliente. Isso significa:

Foco no valor para o cliente: lideranças de tecnologia devem priorizar o desenvolvimento de soluções que atendam às necessidades e expectativas dos clientes, proporcionando valor e construindo relacionamentos de longo prazo.

Utilização de dados para personalização: a tecnologia deve ser usada para coletar e analisar dados sobre os clientes, permitindo a personalização de produtos, serviços e experiências.

Investimento em experiência do cliente (CX): CTOs precisam defender investimentos em tecnologias que melhorem a CX, como IA generativa para personalizar interações e tecnologias de voz do cliente (VOC) para coletar feedbacks.

Setores mais impactados e pontos de atenção

Agronegócio: a tecnologia tem o potencial de transformar o campo por meio da otimização de práticas agrícolas, previsão de safras e detecção de pragas. CTOs no agronegócio devem priorizar a aplicação de modelos de IA específicos de domínio, a garantia de conectividade em áreas rurais e a adoção de práticas éticas no uso de dados e IA.

Bens de consumo: As IAs generativas oferecem oportunidades para a desintermediação no setor de bens de consumo, permitindo que as empresas estabeleçam vendas diretas aos consumidores finais por meio de experiências de compra altamente personalizadas e imersivas com auxílio da tecnolgia. A segurança dos dados do consumidor, a criação de experiências de marca autênticas que fomentem a confiança e a lealdade, e a integração de tecnologias digitais com cadeias de suprimentos ágeis e eficientes para suportar a venda direta devem estar na pauta dos CTOs.

Financeiro: a IA generativa tem o potencial de revolucionar o setor financeiro, desde a detecção de fraudes até a personalização de serviços bancários. Diretores de tecnologia precisarão focar na segurança de dados, na ética da IA e na construção de confiança com os clientes.

Manufatura: é possível otimizar processos de produção, prever falhas em equipamentos e personalizar produtos. CTOs precisarão investir em modelos de IA específicos de domínio, integração de sistemas e treinamento de funcionários para trabalhar com novas tecnologias.

Varejo: a experiência de compra online e offline será aprimorada, com personalização das recomendações de produtos e otimização da cadeia de suprimentos. Lideranças da área de tecnologia deverão focar na segurança de dados do cliente, na personalização omnicanal e na integração de tecnologias digitais e físicas.

Em todos os setores, CTOs precisarão equilibrar a busca por inovação com a necessidade de garantir a segurança, a ética e a confiabilidade das soluções tecnológicas. A capacidade de liderar a mudança, construir uma cultura de inovação e colocar o cliente no centro das decisões que envolvem tecnologia será fundamental para o sucesso na era da IA. Quem estiver atento às transformações terá um grande potencial competitivo para vencer no mercado, ampliar negócios e estar à frente no futuro cada vez mais próximo.