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Mais mulheres, mais negócios!

Foto: Canva
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* Jhenyffer Coutinho é CEO da Se Candidate, Mulher

O CASE Startups sempre nos surpreende e, depois de dois anos, na 9a edição, o maior evento de startups e empreendedorismo da América Latina volta ao formato presencial e espera receber 15 mil pessoas durante os dois dias de programação.

Nesta edição, tive o privilégio de participar do evento de duas formas diferentes e bem ativas, além de palestrar com duas mulheres incríveis: Bianca Levy, co-founder e COO da B2Mamy, e Ivy Cristiny, mentora especialista em empreendedorismo e growth. Foi um bate-papo realista sobre a vida da mulher empreendedora.  Também demos o start em uma ação inédita, o Female Founders.

O espaço, que conta com 48m² e abriga 10 startups de segmentos variados, promete trazer visibilidade para o protagonismo feminino nos negócios, a ideia que busca ampliar as vozes femininas em um mercado ainda masculinizado. 

24 horas de CASE: 

Nadando sem morrer na praia: Capital externo

Uma das maiores crises existenciais de uma startup, ainda mais agora com as demissões em massa,  é a decisão de seguir com aporte de terceiros. 

Quando a Se Candidate,Mulher resolveu entrar em um pitch, descobri muitos pontos que na época não pareciam um problema, mas que você vai entender com o passar do processo. Me deparei com, pelo menos, três grandes problemas: (1) startup de RH não foi algo que chamou a atenção dos investidores, (2) fazer uma série em plena crise das startups, (3) startup fundada apenas por mulher, (4) apenas 2% do capital é investido em startups lideradas por mulheres.

Minha dica para toda startup vem com uma dose de realidade, experiência de vida e escassez. O aporte só veio para nós após 2 anos de empresa, e é importante que seu negócio consiga sobreviver com seu próprio fluxo de caixa. Gestão financeira e escassez: a falta me fez bem, eu soube dosar as coisas, e recorrer ao aporte no momento certo, não para sobreviver, mas para escalar. O fato de ter sobrevivido dois anos na raça me deu mais argumentos na negociação. Eu validei meu produto.

Processo de vendas: Pregar para convertido

Vendas sempre foi o calcanhar de Aquiles das empresas, a conta é simples. Você vende a empresa cresce e se mantém, você não vende a empresa passa por dificuldades e pode fechar. Enfim, é a base de tudo. 

É importante entender que vendas não é sobre o que você quer falar ou “pregar para convertido”, mas sobre o que o outro quer ouvir. Nossos processos de vendas já mudaram, mudam e vão continuar mudando, estamos em fase de encontrar o melhor possível. Você, enquanto empreendedora, precisa entender que o processo de vendas é mutável. 

Toda startup com o perfil de impacto social, sempre quer falar sobre o problema. Existe uma grande diferença em você falar quantas mulheres estão desempregadas x o que a empresa vai ‘ganhar’ contratando mulheres.

Equidade de gênero: Não é sobre ser legal, é rentável 

Enquanto as empresas não entenderem ‘diversidade e inclusão como estratégia’, esse ponto não vai ser prioridade. 

As empresas precisam entender esse movimento  como estratégia de negócios. Não é sobre ser legal, a equidade de gênero é negócio rentável. Negócio atrelado à responsabilidade social. 

Igualdade de gênero poderia adicionar US$ 12 trilhões à economia até 2025, segundo o Fundo Monetário Mundial. Mas faltam centenas de anos para ter o mesmo número de mulheres e homens nas empresas. Por que não estamos discutindo economia? Por que não conversamos com 5 pessoas diferentes, que falam coisas que não queremos ouvir?

Como você ganha uma luta de boxe? Se você tomar um soco e revidar, você perde, óbvio. A luta de boxe não é sobre soco, é sobre estratégia. A vida empreendedora é sobre estratégia, não leve para o pessoal, faça acontecer, “seja fria, calculista e simpática”.