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* Diogo Catão é CEO da Dome Ventures

Considerando o atual cenário econômico do país, há alguns cuidados que o investidor precisa ter. Aqui, estamos falando em especial da categoria de investidor-anjo, que tem uma característica específica: por estar investindo no early stage das startups, ele já é um investidor de alto risco. 

Quando você investe em inovação e em startups, a liquidez é muito menor do que quando você investe na bolsa de valores, por exemplo, que tem um alto risco, é uma renda variável, sim, mas tem mais liquidez, uma vez que você ainda pode retirar seu dinheiro com mais agilidade, quando quiser. 

O investimento em startups, por outro lado, não funciona assim. Com a expectativa de um retorno maior, você faz um investimento de médio, longo prazo, o que acaba tornando necessário que o investidor-anjo tenha cuidados maiores do que os do investidor tradicional do mercado de ações e do que atua no mercado de renda fixa. 

Cuidados ao investir

Assim, o investidor precisa estar atento a alguns pontos, como quem são as pessoas que estão liderando essas startups, a fim de saber se elas têm um perfil complementar, e se elas apresentam resultados. Para isso, é primordial verificar como está o retorno mês a mês, fazer um fluxo de caixa descontado para ver qual é o valuation dessa startup, qual é o múltiplo que ela pode ter se continuar crescendo no ritmo que vem apresentando nos últimos meses etc.  

Todos esses são cuidados que o investidor precisa ter para mitigar um risco que já é alto quando se pensa nessa iniciativa. Ao mesmo tempo, por ser de alto risco, é um investimento que apresenta múltiplos muito maiores do que o restante do mercado.  

Então, se você aposta numa renda fixa e consegue 15% ao ano, quando faz um investimento assertivo em uma startup, você consegue múltiplos de 10x, 15x a mais do que o valor que investiu nela, por exemplo.  

Claro que essa regra não se aplica a todos, mas, quando existe um estudo bem-feito e atencioso, a probabilidade de acerto é bem maior. Por isso, é importante que esse investidor procure venture builders e aceleradoras, pois esses atores do ecossistema já fazem um filtro natural das startups que têm o maior potencial de crescimento.  

É por esse motivo que é importante se aliar, também, a atores que estão atuando no ecossistema de fomento ao empreendedorismo e inovação para ajudar a mitigar o risco associado à própria atividade.

Pensando na influência do novo governo sobre os investimentos, com um olhar atento, espera-se que as políticas econômicas sejam bastante assertivas, pois vivemos um momento delicado não só no Brasil, mas no mundo inteiro. 

Acredito que, em relação à América Latina, o Brasil vai continuar liderando, mas é importante não dar passos errados para não afastar o investimento estrangeiro no país. Isso acarretaria muitos prejuízos econômicos de médio e longo prazo.  

Continuemos a monitorar. Afinal, estamos diante de um cenário em que não podemos bater o martelo ainda, uma vez que tudo vai depender dos primeiros passos da próxima gestão no primeiro semestre de 2023. 

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