* Diogo Catão é CEO da Dome Ventures
O Brasil já reúne diversas prefeituras que estão lançando desafios de inovação. Não é à toa que startups e empreendedores estão se direcionando para a criação de soluções governamentais. Já existem negócios que cresceram na área e vêm atendendo de forma mais robusta, mas, no geral, ainda há um longo trabalho a ser feito. A perspectiva é que nos próximos cinco anos o setor possa constatar um avanço expressivo.
O país realmente progrediu e criou mecanismos de fomento ao empreendedorismo e à inovação por meio da Lei de Inovação e do Marco Legal das Startups, mas é preciso disseminar ainda mais novas ideias e passar para todas as esferas públicas, para que a prática de fomento às startups governamentais possa ganhar cada vez mais destaque a nível nacional.
Nesse sentido, é preciso dar mais visibilidade para a questão da regulação. Também podemos citar os órgãos de controle, como os Tribunais de Contas e o Ministério Público, que precisam se apropriar cada vez mais desses aspectos para que o empreendedor se sinta seguro para avançar no cenário govtech.
Com a regulação, vem também a capacitação e o treinamento dos operadores desses mecanismos, além de mais investimentos na área. Os gestores públicos passam a direcionar mais esforços para um governo cada vez mais digital. Isso se reflete ainda nas licitações e nos desafios municipais. Assim, cada vez mais empreendedores podem visar a soluções em conjunto com o poder público nas esferas municipal, estadual e federal.
Por essência, as startups são empresas que utilizam tecnologia, inovação e gestão ágil para resolver contratempos específicos. No caso em questão, as startups govtech focam em órgãos públicos e na sociedade em geral.
Sendo assim, fornecedores de tecnologia podem auxiliar na implantação de plataformas de comunicação omnichannel, nos sistemas de cibersegurança para proteção e privacidade de dados dos cidadãos, aplicativos de monitoramento e alerta para casos de emergência, sistemas para aprendizado remoto, telemedicina, entre outros. Há uma infinidade de caminhos a serem explorados que podem auxiliar os órgãos públicos. Tudo isso é possível por meio das govtechs, é claro.
Governo mais aberto
As principais soluções que já estão sendo utilizadas na área se voltam para proporcionar um governo mais aberto, que promove descentralização e compartilhamento de dados, transparência ao cidadão, sistemas e plataformas de dados com dashboards visuais e interfaces gráficas que auxiliam nas tomadas de decisões, no combate à corrupção etc. Todo esse panorama empodera a sociedade e aponta onde o governo pode e deve melhorar.
Uma venture builder govtech atua como sócia estratégica das startups em diversas frentes: metodologia própria de buildagem govtech; inteligência de mercado; desenvolvimento estratégico e de vendas; auxílio nos processos administrativos; mentoria; e apoio na captação de investimentos. Sempre com o propósito de transformar o futuro das instituições públicas no Brasil.
Os benefícios dessa parceria são inúmeros, reverberando em curto, médio e longo prazo. A curto prazo, atrai investidores e mune a startup de ferramentas para se desenvolver. A médio prazo, é possível chegar a novas prefeituras ou estados por meio de comunicação mais abrangente e estratégica, beneficiando a população. Por fim, a longo prazo, possibilita melhorar a qualidade de vida da sociedade.
Há uma tendência de crescimento exponencial do setor govtech. Já podemos vislumbrar um futuro com um governo 100% digital, com transparência para o cidadão, uso zero de papel, soluções que buscam baixa emissão de carbono e economia mais sustentável. Nosso país integra diversas possibilidades que impulsionam esse crescimento.
Como se vê, novas tecnologias chegam para somar em diversas frentes, inclusive criando soluções que podem transformar o atendimento ao cidadão brasileiro.