*Marcos Viriato é fundador e CEO da Parfin
O Marco Regulatório dos Criptoativos entrou em vigor no Brasil em junho deste ano e já provoca uma corrida de instituições financeiras para colocar as criptomoedas nas carteiras oferecidas aos clientes. Alguns motivos claros, outros não tão simples assim, ajudam a entender por que isso acontece.
De acordo com dados da Receita Federal, os investimentos desse porte cresceram 66% em um ano, em um volume de negociações que supera os R$ 18,6 bilhões só em junho de 2023. Mas é preciso ir além e entender esse movimento e os impactos dele daqui para frente.
Todas as empresas que operarem criptomoedas antes de vigorar este arcabouço regulatório entraram em uma lista temporária de registros. Com isso, conquistaram uma prioridade para alterar a licença e efetivamente negociá-las.
Quem não fez isso, corre o risco de entrar em uma outra lista, imprevisível dentro do Banco Central, sem garantias de que ela ande, já que outras demandas devem ser priorizadas pelas equipes técnicas da autoridade monetária. Neste caso, a não ser que você tenha dinheiro suficiente para comprar uma empresa que está na lista de prioridades, vai perder ainda mais dinheiro.
Tempestade perfeita
O que ocorre no mercado brasileiro é a formação de uma tempestade perfeita puxada principalmente pelos reguladores. A lei dos ativos virtuais, sancionada em dezembro de 2022, que regulamenta o setor de criptomoedas no país, o projeto de Sandbox Regulatório da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Resolução CVM 175, que permite que fundos de investimentos negociem criptoativos em contrapartes reguladas, são símbolos relevantes deste avanço.
Mas, nada tão determinante e significativo quanto a moeda digital brasileira do Banco Central (BC). O Drex deve ser o principal catalisador da tokenização econômica. E essa inovação não deve se limitar ao setor financeiro, mas sim se estender aos setores de imóveis, automóveis, entre outros.
Oferecer criptomoedas como uma possibilidade de investimento já passou de ser algo inovador, agora se trata de uma oferta que grandes casas de investimento já fornecem. Para isso, é importante estar de olho. Quem não entrar nessa onda pode ficar muito para trás em um futuro não tão distante.